03 de janeiro de 2013 | 02h05
Ao ser questionado durante o julgamento pela morte de 900 manifestantes durante os protestos, Mubarak disse que assessores lhe esconderam a gravidade da situação e desmentiu as acusações de que teria ordenado o uso da força contra o levante.
Mubarak foi condenado em junho por não ter impedido as mortes. Mas muitos egípcios não se convenceram de que ele não teve um papel direto na repressão. Ahmed Ragheb, um advogado defensor dos direitos humanos e membro da comissão, disse que a TV estatal transmitia por um canal de satélite codificado imagens ao vivo que eram captadas por câmeras instaladas na Praça Tahrir e imediações direto para o palácio presidencial durante os 18 dias de levante.
"Mubarak sabia dos crimes. Recebia as imagens ao vivo e nem precisava de relatórios dos serviços de segurança", disse Ragheb. "Isso lhe dá a responsabilidade legal" na violência contra os manifestantes, incluindo a infame Batalha do Camelo, como ficou conhecido o incidente no qual partidários de Mubarak, montados em camelos e cavalos, invadiram a Praça Tahrir para expulsar os manifestantes. Pelo menos 11 pessoas morreram e 25 membros do governo que foram julgados estão em liberdade.
A comissão também descobriu que as forças de segurança usaram munição de verdade contra os manifestantes durante o levante e os 17 meses de governo militar após a queda de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011. / AP
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