Muçulmano inglês lamenta pedir ataques devido a charges

Afirmando arrependimento, ele não quer que EUA e Dinamarca sejam atacados

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Por Agencia Estado
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Um muçulmano britânico afirmou na quarta-feira lamentar ter defendido que os EUA e a Dinamarca fossem atacados devido à publicação de charges a respeito do profeta Maomé. O apelo de Umran Javed foi feito durante uma manifestação contra os desenhos. Javed, que vem sendo julgado sob a acusação de incitar assassinatos e o ódio racial, afirmou diante de um tribunal de Londres que havia se deixado levar durante o protesto, ocorrido do lado de fora da Embaixada da Dinamarca na capital britânica. Ele disse que não pretendia falar nada na manifestação até um megafone cair nas mãos dele. O protesto tinha por alvo as charges publicadas em um jornal dinamarquês e consideradas ofensivas por muitos muçulmanos. "Eu lamento ter falado aquelas coisas. Eram apenas palavras de efeito, palavras de ordem", afirmou Javed, que viajou de Birmingham, onde mora, para participar da manifestação. "Não quero que nem nos EUA nem a Dinamarca sofram atentados. Eu estava decepcionado. Então, disse essas coisas. Eu dei essas declarações em meio a uma atmosfera de ânimos exaltados. Essas foram as únicas coisas que vieram à minha mente então." A Promotoria disse não ter dúvida de que o réu pretendia incitar atos criminosos e o ódio racial. "Se alguém grita para uma multidão: ´Ataquem a Dinamarca; ataquem os EUA´, não há dúvida sobre qual é a sua intenção sobre o que se deseja que os ouvintes compreendam", afirmou o promotor David Perry. O protesto, durante o qual alguns manifestantes exibiram cartazes elogiando os atentados a bomba ocorridos em Londres em 2005 e nos quais muçulmanos britânicos mataram 52 pessoas, foi duramente condenado. Desculpas Javed afirmou que não desejava ver ninguém ferido e que nunca pretendeu ameaçar qualquer raça. O réu nega as acusações de incitação a atividades criminosas e de utilização de palavras ameaçadoras, violentas ou ofensivas com a intenção de incitar o ódio racial. E nega ter se comportado de forma a incitar essas práticas. O julgamento continua.

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