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Muçulmanos criticam decisão britânica de alterar lei

Por AE-AP
Atualização:

A mais importante organização muçulmana na Grã-Bretanha atacou hoje a iniciativa do governo para alterar uma lei sobre crimes de guerra usada para tentar prender dignitários israelenses em visita ao país. Segundo o Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha, a medida pode arranhar a imagem britânica no Oriente Médio. A entidade se mostrou "profundamente desapontada" com o fato de o ministro das Relações Exteriores, David Miliband, prometer mudar a lei para que magistrados não possam mais emitir mandados secretos de prisão contra funcionários ou militares israelenses. Para o conselho, a medida tem como finalidade agradar Israel. "Você parece estar comprometendo o governo no caminho do cumprimento seletivo da lei internacional", afirmou o secretário-geral da organização, Muhammad Abdul Bari, em uma carta ao ministro. "Isso claramente não é para o melhor interesse do país, e ainda acrescentará uma dimensão mais profunda aos duplos padrões que nosso governo parece ter em relação a sua política no Oriente Médio."Os israelenses criticaram a lei e funcionários britânicos demonstraram embaraço, na semana passada, quando um juiz de Londres emitiu um mandado de prisão contra a ex-ministra israelense das Relações Exteriores Tzipi Livni. O mandado foi depois anulado quando ficou claro que Tzipi não iria mais à Grã-Bretanha, mas o assunto estremeceu as relações entre o país e Israel.Miliband afirmou que o governo está determinado a acabar com essas ameaças de prisão, explicando que as autoridades israelenses devem ter liberdade de viajar livremente ao país, para que a relação bilateral seja duradoura. O Conselho Muçulmano pediu que o ministro reconsidere a iniciativa. A reportagem não conseguiu contatar o Ministério das Relações Exteriores nem o Ministério da Justiça da Grã-Bretanha.

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