Muçulmanos protestam contra desenhos de Maomé na Áustria

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Por Agencia Estado
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Mais de mil muçulmanos tomaram as ruas de duas das maiores cidades da Áustria para protestar contra as caricaturas de Maomé, publicadas inicialmente em um jornal dinamarquês. Na capital, Viena, cerca de 400 pessoas marcharam da Catedral St.Stephen até a embaixada da Dinamarca. Na embaixada, os manifestantes entregaram um documento a um representante do governo dinamarquês. O protesto terminou uma hora depois, sem nenhum incidente registrado. Na cidade de Graz, no sul do país, 700 pessoas se reuniram para condenar as caricaturas em uma marcha pacífica. Mulheres e crianças seguravam cartazes com os dizeres: "Não somos idiotas. Somos muçulmanos" e "Sim à liberdade de imprensa. Não à provocação". Na sexta-feira, a maior organização muçulmana com base em Viena afirmou que não apoiaria os protestos, e que eles se opõem ao confronto entre culturas. O confronto foi proposto pelo filho do líder líbio Moammar Gadhafi, Saif Gadhafi. Em entrevista a um jornal austríaco ele convocou a população muçulmana a ir às ruas depois das orações de sexta-feira. Ele também convocou a Áustria, que atualmente preside a União Européia, a tomar partido nos distúrbios causados pela publicação dos desenhos. "A Áustria tem a presidência da União Européia e deve fazer algo contra a absurda campanha contra o islamismo da mídia ocidental", Gadhafi disse. Ele acrescentou que deveria ser proibido retratar o Islã como uma religião terrorista e zombar do profeta. O chanceler da Áustria, Wolfgang Schuessel, já emitiu um comunicado no começo da semana em nome da presidência da UE pedindo um fim às provocações e insultos recíprocos relacionados aos desenhos. "Nem a negação das caricaturas de Maomé nem a negação das vergonhosas piadas sobre o Holocausto tem um lugar no mundo onde culturas e religiões devem viver lado a lado em um espírito de respeito mútuo. Nós não queremos um confronto de culturas, mas paz entre as diferentes culturas", concluiu.

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