Mugabe diz que não abrirá mão de vitória eleitoral

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Por AE
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O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, disse nesta segunda-feira que não abrirá mão da vitória de seu partido nas eleições nacionais, apesar das acusações feitas pela oposição de manipulação de votos. Em seu primeiro discurso público desde a votação de 31 de julho, Mugabe disse que a nação do país escolheu seus representantes de forma livre. "Nós estamos entregando a democracia de bandeja. Nunca vamos ceder nossa vitória". As eleições do Zimbábue deram a Robert Mugabe 61% dos votos na disputa presidencial. Já o segundo lugar, com 34% dos votos, ficou com o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, que questiona os resultados da eleição na Justiça e alega uma fraude generalizada.Falando na língua local e usando frases coloquiais que ele não adota quando se pronuncia em Inglês, Mugabe pediu que Tsvangirai aceite a derrota."Aqueles que estão sofrendo com a derrota podem cometer suicídio, se assim o desejarem. Mas eu lhes digo que nem mesmo os cães vão cheirar a carne, se eles optarem por morrer dessa forma", disse ele.O presidente também descreveu Tsvangirai como o "inimigo". "Nós jogamos o inimigo fora como lixo. Eles dizem que nós manipulamos, mas são eles os ladrões" por causa da corrupção durante o seu tempo no governo. Os comentários de Mugabe foram feitos em um encontro do Dia dos Heróis, que celebra guerrilheiros mortos durante a guerra da independência em 1980. Nesta segunda-feira, Tsvangirai também se manifestou sobre os resultados das urnas. Em uma mensagem a seus partidários, Tsvangirai disse que os zimbabuanos ainda estão "chocados com a forma descarada em que seus votos foram roubados"."Muitos filhos e filhas deste país sacrificaram suas vidas... e um dos direitos fundamentais pelo qual eles trabalharam e morreram foi o direito ao voto", disse ele.O partido ZANU-PF, de Mugabe, ganhou 158 assentos do Parlamento, contra 50 do Movimento para a Mudança Democrática. Mugabe acusa os oposicionistas de receberem dinheiro e apoio do Reino Unido, Estados Unidos e outras nações ocidentais.Órgãos africanos de monitoramento eleitoral aprovaram de maneira cautelosa a votação, mas ainda estão compilando o relatório final. A Comunidade Sul-Africana de Desenvolvimento, um bloco político e econômico regional, julgou a votação como pacífica e com credibilidade, mas ainda não a pronunciou como justa. Fonte: Associated Press.

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