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Mugabe é reempossado na presidência do Zimbábue

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, reempossado neste domingo para um novo mandato de seis anos, anunciou que o controverso processo de reforma agrária, lançado em 2000 no país, vai ser acelerado. Robert Gabriel Mugabe, de 78 anos, há 22 no poder, ganhou as eleições realizadas entre 9 e 11 de março, com 56,2% dos votos, contra seu rival e opositor Morgan Tsvangirai (41,7%) sob clima de contestação, violência e intimidações. No final da cerimônia, Mugabe apelou à unidade nacional entre os seus partidários e opositores para que trabalhem em conjunto pelo Zimbábue. "A reforma agrária deve prosseguir o mais rapidamente possível e com mais força", declarou o presidente reeleito. Sublinhou que busca "reparar as injustiças monstruosas da colonização britânica? e sustentou que "vai permitir desenvolver o espírito de auto-suficiência" entre os zimbabueanos. "O Zimbábue jamais será uma colônia", garantiu o chefe de Estado, argumentando que "os ataques contra Mugabe e contra o país tornaram-se uma obsessão para certos países, principalmente a Grã- Bretanha". Robert Mugabe chegou a falar em "racismo britânico". Mugabe, que é criticado pelos países europeus e pelos Estados Unidos, sob a acusação de conduzir o país ao caos político e à ruína econômica, é, no entanto, apoiado pela maioria dos Estados africanos, jurou "fidelidade e respeito pelas leis" do seu país. "A reforma agrária é o ato final, a terra pertence a Deus, é de responsabilidade de Deus assegurar a redistribuição justa dela", afirmou Mugabe sob os aplausos da assistência e perante o juiz Godfrey Chidyausiku. Participaram da cerimônia de juramento os chefes de Estado de Tanzânia, Malaui, Moçambique, Namíbia e RDCongo. Foi notória a ausência de diplomatas europeus e de representantes da oposição, que contestam a reeleição de Mugabe. Para Morgan Tsvangirai, líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Mugabe obteve a vitória graças à fraude e violência.

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