Mugabe pede eleições no Zimbábue para acabar com divisão de poder

Presidente divide governo com primeiro-ministro de partido rival após acordo firmado em 2009

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Por Efe
Atualização:

MUTARE- O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, propôs nesta sexta-feira, 17, a realização de eleições gerais em seu país durante a abertura da Conferência Anual de seu partido, com o intuito de acabar com o acordo do governo de unidade com seu rival político e primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai.

 

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Enquanto o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), de Tsvangirai, defende só eleições presidenciais para acabar com a disputa, a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótico (Zanu-PF) quer que eleições gerais sejam realizadas no começo de 2011.

 

As eleições, segundo o acordo de 2009 que formou o governo de unidade, deveriam ser realizadas após a aprovação de uma nova Constituição em um referendo, mas a Zanu-PF boicotou o processo.

 

Mugabe, de 86 anos e que está no poder desde a independência do país do Reino Unido, em 1980, afirmou que é preciso "combinar as eleições presidenciais com as parlamentares e as dos governos locais".

 

Especialistas em política do país temem que, uma vez convocados os comícios, a violência durante o processo eleitoral de 2008 pode voltar a acontecer.

 

Mais de 200 pessoas, entre seguidores do MDC e ativistas de direitos humanos, foram assassinadas em 2008 pela polícia e milícias da Zanu-PF durante o processo, no qual Tvangirai venceu o primeiro turno das eleições presidenciais e seu partido derrotou o de Mugabe no Parlamento.

 

Devido aos assassinatos e agressões contra seus partidários, Tsvangirai se retirou do segundo turno das eleições presidenciais e Mugabe as venceu, mas sua vitória não foi reconhecida pela comunidade internacional.

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Após um acordo firmado em setembro de 2008 para encerrar a crise política, econômica e social no Zimbábue, um governo de unidade com Mugabe como presidente e Tsvangirai como primeiro-ministro foi formado.

 

No entanto, o MDC tem denunciado repetidamente o desrespeito ao acordo por parte da Zanu-PF e também o assassinato e perseguição de seus membros pelas forças de segurança e pelo aparato judicial, controlados pelo partido de Mugabe.

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