31 de março de 2011 | 00h00
Quando tentava falar, Assad era interrompido por deputados que buscavam demonstrar todo o seu apoio em uma cena que parecia ter saído das popularescas novelas produzidas em Damasco. Ninguém o criticava. Mulheres também se levantaram para falar. O regime sírio sempre buscou mostrar que, diferentemente de outros países árabes, o sexo feminino estaria bem representado na política, sem opressão. Uma das parlamentares recitou uma poesia. Como a mulher de Assad, Asma, não cobria a cabeça com o véu.
No dia anterior, todos aguardavam o momento em que o líder sírio anunciaria o fim do estado de emergência, vigente desde antes de seu nascimento. Mas Assad seguia falando de conspirações, Israel e de reformas que teriam ocorrido desde a sua chegada ao poder, em 2000. As redes de TV internacionais transmitiam ao vivo. Mas a falta de notícia era tanta que a CNN interrompeu a transmissão ao vivo para passar para comentários de analistas. Já a Al-Jazira prosseguiu com a transmissão. No fim, os apresentadores estavam perplexos. Assad não havia anunciado mudanças, se despedindo como se fosse um herói.
É CORRESPONDENTE EM NOVA YORK
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