
11 de dezembro de 2013 | 11h21
MONTEVIDÉU - O presidente do Uruguai José Mujica defendeu nesta quarta-feira, 11, o projeto que legaliza o comércio e o cultivo de maconha no país, aprovado ontem no Senado, como medida para lutar contra a violência relacionada ao tráfico de drogas e previu dificuldades na implantação do projeto. O líder uruguaio ressaltou no entanto que era preciso mudar uma política de drogas que não estava dando certo no país.
"Teremos dificuldades. Com certeza, mas uma dificuldade maior é enfrentar as mortes provocadas por acertos de contas que temos vinculadas ao narcotráfico", disse Mujica ao diário La República. "Dizem que não conseguimos controlar nem a torcida do Peñarol, quanto mais isso (a maconha), mas nós vamos tentar."
Leia a íntegra da lei aprovada pelo Senado
O presidente insistiu que o projeto de lei abre caminho para discussões ainda inéditas no mundo. "Albert Einstein dizia que o maior absurdo é tentar mudar os resultados de uma equação repetindo a mesma fórmula", argumentou. " Por isso queremos provar outros métodos."
Oposição. Entre as principais críticas dos senadores que se opõem ao projeto de lei que legaliza no Uruguai a produção e a venda - por parte do Estado - de maconha, estão os "efeitos nefastos para a saúde pública" e a possibilidade de a nova legislação atrair o "narcoturismo" para o país.
Na opinião do senador Alfredo Solari, do Partido Colorado, a nova lei "não cumpre nenhuma das salvaguardas éticas da experimentação com seres humanos".
"A maconha causa danos aos seres humanos. O nosso governo e o restante do mundo não deveriam fazer experiências com os uruguaios", disse.
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