Mulher explode bomba em ônibus no Sri Lanka e mata onze

Governo suspeita que autora do atentado faça parte de milícia rebelde

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Por Agencia Estado
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Uma suposta rebelde tâmil explodiu uma bomba em um ônibus na área costeira no sul do Sri Lanka neste sábado, 6, matando a si mesma e a 10 passageiros, e ferindo outros 50, disse a polícia sobre este que é o segundo ataque a um ônibus no país em poucos dias. A explosão aconteceu perto da cidade costeira de Peraliya, cerca de 70 Km ao sul de Colombo depois que supostos rebeldes mataram seis civis em uma explosão a um ônibus no norte da capital na sexta-feira, 5. Analistas temem que os ataques rebeldes - que vinham se restringindo a alvos militares e políticos durante um novo episódio da guerra civil da ilha, que já dura duas décadas - estejam atingindo cada vez mais alvos civis. O conflito já matou mais de 67.000 pessoas desde 1983. A explosão abriu um buraco na traseira do ônibus, que seguia pela principal estrada da ilha ao longo da costa sul, em meio a casas destruídas pelo tsunami ocorrido no final de 2004 e abrigos rudimentares. Vidro das janelas do ônibus espalhavam-se pelo chão. "Achamos que foi uma militante suicida dos Tigres", disse o inspetor-chefe da Polícia H.M. Edrisuriya à agência de notícias Reuters. "Achamos apenas uma parte de uma mulher não identificada, que achamos que foi quem explodiu a bomba." Os Tigres de Libertação do Tâmil Eelam, que dizem lutar por um Estado independente para a minoria tâmil no norte e leste do Sri Lanka, negaram estar por trás dos ataques a ônibus. "Não temos nenhuma ligação com estes incidentes", disse o porta-voz do exército dos Tigres, Rasiah Ilanthiraiyan, por telefone. "Vidas civis foram perdidas, então naturalmente que qualquer pessoa condenaria essas coisas." O exército rejeita as negativas rebeldes como rotineiras e vazias, e os analistas temem que os ataques sofram uma escalada. "O fato de que eles agora começaram a alvejar (civis) é motivo de preocupação", disse Iqbal Athas, analista da revista Jane´s Defence Weekly. "Não se pode descartar mais ataques a civis." Mais de 3.000 soldados, civis e rebeldes morreram em uma onda de emboscadas, ataques suicidas, aéreos e navais, além de batalhas terrestres no ano passado, apesar de um cessar-fogo em 2002 que agora existe apenas no papel. "Todo governo dá promessas de pôr um fim à guerra, mas são apenas promessas e um sonho para nós. Estamos sofrendo", disse R. Rasika, de 22 anos, sobrevivente do ataque ao ônibus de sexta-feira.

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