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Mulher tetraplégica ganha o direito de morrer

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma mulher tetraplégica que deseja que os médicos retirem o exaustor que a mantém viva deve ter garantido o direito à morte, decidiu um tribunal britânico nesta sexta-feira. A decisão foi transmitida por um link de vídeo para o quarto do hospital onde a mulher se encontra, identificada apenas como B. A juíza da mais alta corte britânica para assuntos de família, Dame Elizabeth Butler-Sloss, decidiu que a paciente tinha a capacidade mental necessária para concordar ou recusar o tratamento médico que a mantém com vida. A juiza afirmou que, para alguém tão inabilitado como a paciente, "a vida naquelas condições deve ser pior do que a morte". A mulher, de 43 anos, foi paralisada do pescoço para baixo desde que houve um rompimento de uma veia sangüínea em seu pescoço, um ano atrás. Ela é incapaz de respirar sem ajuda. No início deste mês, Butler-Sloss visitou a paciente em seu leito de hospital para que ela lhe explicasse por que desejava morrer. O encontro foi transmitido em circuito fechado de TV para a Alta Corte. Quando seu advogado, Philip Havers, perguntou-lhe se ela queria deixar o hospital onde tem estado sob tratamento, a fim de ir para um lugar onde seu exaustor seria retirado, ela respondeu "sim". Afirmou que entendia as conseqüências. "Quero ser capaz de morrer", declarou ao juiz. Seus médicos argumentaram que não seria ético desligar o exaustor. O caso difere daqueles de pessoas doentes que pedem ajuda para cometer suicídio. Esta paciente quer parar o tratamento médico que a mantém viva e não pediu que ninguém tome medidas além desta para matá-la. Butler-Sloss, presidente da divisão de família da Alta Corte, afirmou que a única decisão que ela teve de tomar foi se a paciente tinha capacidade mental para fazer uma escolha que acabaria com sua vida. Em declaração divulgada por seus advogados depois da decisão da corte, B. disse que estava "muito satisfeita com o resultado do caso".

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