11 de maio de 2013 | 02h01
É o primeiro time feminino de observadores eleitorais. Elas serão distribuídas em pelo menos 100 colégios eleitorais reservados só para elas, nas regiões mais conservadoras.
A medida foi tomada para garantir que as mulheres compareçam às urnas. Em 2008, pelo menos 564 dos 28,8 mil colégios eleitorais não tiveram votos femininos.
Este ano, há 37,6 milhões de mulheres registradas - 45% do total de votantes. Outras 11 milhões têm idade para votar, mas não se registraram. Nas zonas tribais do Paquistão, as mulheres raramente deixam a casa.
"Mudar o status feminino no Paquistão é muito difícil. A violência sofrida pelas mulheres só é debatida, quando muito, em casos extremos de morte. Historicamente, os homens têm o controle e muitas são mantidas em cárcere privado. O nível varia entre regiões, mas é um conceito largamente aceito", disse ao Estado a professora Farzana Bari, chefe do departamento de estudos de gênero da Universidade Quaid-i-Azam, de Islamabad. "O primeiro passo para mudar essa realidade é o voto."
Representatividade. As mulheres são apenas 28% da força de trabalho. Na política, a representatividade delas é muito menor. Dos 23.079 candidatos à Assembleia Nacional e às Assembleias Provinciais, as mulheres são 3.5%. Organizações da sociedade civil fizeram campanha para que cada partido tivesse pelo menos 10% de mulheres entre os candidatos. Nenhum cumpriu a demanda. As 870 candidatas concorrem a 60 assentos reservados para elas por lei.
A única mulher a chegar ao cargo de premiê do Paquistão foi Benazir Bhutto, da família de políticos mais poderosa do país - ela era a filha mais velha do ex-premiê Zulfikar Ali Bhutto, fundador do Partido Popular do Paquistão. Após ter dois mandatos interrompidos, ela se exilou em Londres, de onde voltou para disputar novas eleições em dezembro de 2007, quando foi assassinada em um atentado a bomba. / A.C.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.