14 de outubro de 2016 | 11h25
CARACAS - Um grupo de venezuelanas, liderado por Lilian Tintori - mulher do líder opositor preso Leopoldo López - está pressionando para a realização do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.
Lilian, a dirigente María Corina Machado e deputadas opositoras entregaram um documento no Palácio das Academias, em Caracas, no qual formalizaram o movimento e se declararam em "desobediência civil" para conseguir que a consulta se realize ainda neste ano.
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"Não vamos deixar as ruas porque não temos medo, vamos continuar comprometidas" com a realização do referendo em 2016, disse a mulher de López à imprensa local.
Ela afirmou ainda que se o poder eleitoral ou a Justiça obstruírem essa possibilidade, "todas as mulheres, unidas e em paz" estão dispostas a assumir a "desobediência cívica" para revogar o mandato de Maduro e conseguir a realização de eleições antecipadas.
"Vamos (...) cumprir ações simbólicas, irreverentes e com muita responsabilidade, como nos pede Leopoldo López, com desobediência civil até conseguir a liberdade", disse Lilian.
María Corina pediu que outras mulheres participem do coletivo, destacando que "o que está em jogo" é a solução dos problemas de "fome e violência". "Convocamos todas as mulheres do país porque todas queremos a mesma coisa: justiça, segurança, futuro e progresso", disse a ex-deputada.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se prepara para coletar, entre 26 e 28 de outubro, quatro milhões de assinaturas necessárias para que a autoridade eleitoral convoque o referendo.
Se a consulta for realizada antes de 10 de janeiro de 2017 e Maduro tiver o mandato revogado, haverá novas eleições. Mas se ocorrer depois dessa data, mesmo se o presidente perder, os dois anos restantes de seu mandato serão conduzidos por seu vice-presidente. / AFP
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