Multidões choram pelo rei do Nepal

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Por Agencia Estado
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Centenas de milhares de pessoas jogaram flores, choraram e rezaram durante o cortejo fúnebre do rei, da rainha e de seis outros membros da família real do Nepal. ?Longa vida ao rei!?, gritava a multidão que acompanhou os corpos até o santuário onde ocorreu a cremação. Há informações de que o príncipe herdeiro Dipendra, que teria baleado os pais e parentes antes de tentar suicídio, sofreu morte cerebral, mas ainda era mantido ligado a aparelhos. Dipendra já havia sido nomeado rei, enquanto no hospital. Seu tio, príncipe Gyanendra, foi nomeado regente. Ele será empossado como rei se Dipendra morrer. Os corpos foram levados, numa marcha de oito quilômetros, do hospital militar onde estavam para o templo de Pashupatinath. Os mortos foram depositados sobre piras aromáticas de sândalo. Outro membro da família real, Deepak Bikram Shah, acendeu as piras do rei e da rainha; sacerdotes atearam fogo às demais. Embora um levante popular, em 1990, tenha acabado com os poderes absolutos do rei, instituindo uma democracia parlamentar, a família real conservava grande popularidade. Há sinais de que o massacre de membros da família real vá agravar a situação do primeiro-ministro Girija Prasad Koirala, cujo governo sofre com denúncias de corrupção. Muitos dos populares enlutados diziam que Dipendra não poderia ter cometido o massacre, e levantavam suspeitas de uma conspiração governamental. Nas proximidades do escritório do primeiro-ministro, a polícia teve que usar cassetetes para conter uma multidão de manifestantes. Koirala anunciou que ordenará uma investigação meticulosa do crime. ?A verdade e os fatos do incidente virão a público?, prometeu.

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