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Museu das notícias morre nos EUA

Após 11 anos, Newseum fecha suas portas na capital americana

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O Newseum, museu de Washington dedicado ao jornalismo e às notícias, abriu suas portas nesta terça-feira, 31, pela última vez. Muitos viram no fracasso do empreendimento uma metáfora da crise vivida pela imprensa no mundo todo. No entanto, a explicação principal, segundo frequentadores e críticos, é a dificuldade de se manter um museu pago – a entrada custava US$ 25 (cerca de R$ 100) – na capital americana, onde o governo federal subsidia a maioria dos museus por meio do Instituto Smithsonian, que possui 19 museus de primeira linha com exposições gratuitas. 

Newseum, em Washington: capas de jornais e pedaço da antena do World Trade Center (Reuters / Jonathan Ernst) Foto:

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O Newseum foi um projeto ambicioso, a começar pela decisão de construir um prédio de US$ 450 milhões na Avenida Pensilvânia, endereço mais nobre de Washington, entre o Capitólio e a Casa Branca. 

O prédio luxuoso de aço e de vidro, de 23 mil metros quadrados, foi projetado pelo arquiteto americano James Polshek e contava com sete andares, 15 teatros e várias galerias. No acervo, havia desde a antena de TV das Torres Gêmeas, a fragmentos do Muro de Berlim e fotos premiadas, capas e reportagens históricas.

A partir de janeiro, o acervo será guardado em armazéns na periferia de Washington e no Clube Nacional dos Jornalistas, onde ficarão até que se encontre um novo espaço. “O futuro do Newseum é incerto”, disse a porta-voz do museu, Sonya Gavankar.  “Levaremos pelo menos seis meses para desmontar as exposições e transferi-las para nosso arquivo. Então, começaremos a ver o que o futuro nos reserva.”

O museu, que antes ocupava um espaço acanhado em Arlington, no Estado de Virgínia, sobreviveu por 11 anos na capital americana e recebeu mais de 10 milhões de visitantes – cerca de 815 mil por ano. Mesmo assim, fechava sempre no vermelho. Atolado em dívidas, a direção anunciou no início do ano que venderia seu prédio para a Universidade Johns Hopkins, por US$ 372 milhões. “Sabemos que as pessoas adoravam o Newseum”, afirmou Gavankar. “Mas convivemos durante anos com graves problemas financeiros e continuar funcionando nesta localização atual era insustentável.” / EFE, AFP e WP

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