Musharraf diz que mortos em ataque eram do Taleban

O presidente paquistanês negou as afirmações feitas por uma organização pró-Taleban, que acusou o governo de assassinar estudantes e crianças inocentes

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, disse nesta terça-feira que os mais de 80 mortos em um ataque do Exército paquistanês a uma escola islâmica em Bajaur eram "militantes taleban", segundo os meios de comunicação locais. Em um seminário internacional realizado em Islamabad, Musharraf negou as afirmações feitas pela organização política pró-Taleban Muttahida Majlis-e-Amal (MMA), que acusou o governo de assassinar estudantes e crianças inocentes ao afirmar que as vítimas recebiam treinamento militar na escola. "Quem disser que os mortos eram inocentes está mentindo. Nós os vigiamos durante seis ou sete dias e sabemos quem eram e o que estavam fazendo. Eram militantes", afirmou o presidente paquistanês. A operação foi realizada pelo Exército paquistanês contra as instalações da escola em Bajaur, próxima à fronteira com o Afeganistão, que funcionaria como campo de treinamento do Taliban e onde estaria sendo realizado um seminário religioso muçulmano. O ataque desencadeou uma onda de protestos no país. Em Khar, o povoado mais próximo ao local do ataque, mais de 10 mil pessoas compareceram ao funeral das vítimas em um ato que acabou se transformando em manifestação. Os paquistaneses gritavam palavras de ordem contra os Estados Unidos e consideraram os mortos "mártires". O governo paquistanês desmentiu os rumores de que a Otan estaria envolvida no ataque, mas fontes ligadas aos Serviços de Inteligência de Islamabad afirmaram que foram utilizados aviões americanos não-tripulados no bombardeio.

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