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Na Argentina, Ban Ki-moon visita monumento às vítimas da ditadura

Junto das Avós da Praça de Maio, secretário-geral das Nações Unidas esteve no memorial onde estão gravados os nomes e a data da morte, ou do desaparecimento, de milhares de vítimas da ditadura

Atualização:

BUENOS AIRES - A presidente da organização humanitária Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, garantiu na terça-feira, 9, ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante visita dele à Argentina, seu propósito de perseverar na busca de mais netos arrancados de suas famílias durante a ditadura (1976-83).

"Tomara que encontremos mais dados que nos levem ao encontro de verdades e, no caso particular das Avós, sobre os netos, para saber quem os roubou e onde estão", afirmou a dirigente durante uma visita do alto funcionário das Nações Unidas ao Parque da Memória, dedicado às vítimas do regime militar.

Ban Ki-moon e a mulher, Yoo Soon-taek, visitam memorial com nomes e datas da morte ou desaparecimento das vítimas da ditadura argentina Foto: AP Photo/Jorge Saenz

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A ONG conseguiu restituir a identidade de 120 filhos de detentos desaparecidos durante a ditadura. A organização afirma que ainda resta encontrar dezenas de pessoas que eram bebês quando foram levadas de sua família.

"Acho que é um dia muito especial. O secretário quis ver esse lugar, onde está a memória dos nossos filhos em placas. É um monumento que, em nível nacional e internacional, tem uma transcendência muito grande", declarou Estela.

Nas paredes do memorial estão gravados os nomes e a data da morte, ou do desaparecimento, de milhares de vítimas da repressão durante a última ditadura argentina (1976-1983). Este ano, o parque foi visitado pelos presidentes da França, François Hollande, e dos Estados Unidos, Barack Obama.

Estela e outros dirigentes humanitários aproveitaram a visita para entregar a Ban um pedido de cooperação para obter a liberdade de 11 membros do grupo de ativistas sociais Tupac Amaru. Os organismos defensores dos direitos humanos sustentam que as detenções são parte de uma perseguição política aos opositores do governo de Mauricio Macri.

Ban Ki-moon está na Argentina em visita oficial. Na segunda-feira, pediu que se encontre uma solução global para o problema dos refugiados e elogiou a iniciativa argentina de receber deslocados sírios. / AFP

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