Na Caxemira, o status quo foi abalado

Conversações entre o governo Trump e a milícia Taleban no Afeganistão também contribuíram para o agravamento das tensões

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Por Renata Tranches
Atualização:

Ao receber o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, em seu Salão Oval no dia 22 de julho, Donald Trump disse que o premiê indiano, Narendra Modi, havia pedido sua ajuda para mediar o conflito na Caxemira. Modi, que não havia feito tal solicitação, ficou sem entender por que os EUA, principal aliado internacional da Índia, fariam agora tal oferta, uma vez que Nova Délhi sempre defendeu que a antiga disputa pelo território com o Paquistão deve ser decidida sem interferência externa. 

Nesta foto de 2017, mulheres da aldeia de Kashmiri assistem aofuneral do rebelde Nasir Wani na aldeia de Haf-Shirmal, ao sul de Srinagar, na Caxemira controlada pela Índia Foto: Dar Yasin / AP

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Islamabad, que por sua vez defende uma mediação internacional, viu que talvez a aliança não fosse tão forte assim, como descreveu Jamsheed Choksy, presidente do Departamento de Estudos da Eurásia Central da Universidade de Indiana. 

Para analistas na Índia, não houve dúvida de que a estranha declaração de Trump fez acelerar uma decisão do governo indiano de remover o status especial do território de maioria muçulmana, três semanas depois. 

As conversações entre o governo Trump e a milícia Taleban no Afeganistão também contribuíram para o agravamento das tensões. Logo após iniciadas, o governo americano disse que retiraria tropas americanas do país. Forças paquistanesas que têm combatido na fronteira com o Afeganistão, para a preocupação da Índia, agora poderão reforçar a presença militar na Caxemira.

“As administrações (americanas) anteriores tentavam encontrar um equilíbrio, garantir que a hostilidade entre paquistaneses e indianos se mantivesse baixa”, afirma Choksy.  Leia mais na entrevista com o analista aqui

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