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Na China, Olmert cobra mais dureza contra o Irã

A China apoiou a resolução do Conselho de Segurança da ONU, que impõe sanções ao Irã por manter suas atividades de enriquecimento de urânio

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, chegou na terça-feira a Pequim para pressionar a China a se alinhar às potências ocidentais contra o programa nuclear iraniano. A China apoiou em dezembro a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que impõe sanções ao Irã por manter suas atividades de enriquecimento de urânio, tecnologia que pode levar à produção de armas nucleares. Mas, a exemplo da Rússia, Pequim manifestou uma preferência por negociar com Teerã, uma abordagem que contradiz a dos EUA e de alguns países europeus. O Irã diz que seu programa nuclear é inteiramente pacífico. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, já propôs que Israel seja "varrido do mapa". O Estado judaico, considerado a única potência nuclear do Oriente Médio, poderia realizar um ataque "preventivo" contra o Irã se considerar que a diplomacia não tem futuro. Mas um assessor de Olmert disse que ele ficou animado com a recente votação do Conselho de Segurança e que torce para que a China se mantenha resoluta. "Acreditamos que a China não queira ver um Irã com armas nucleares", disse o assessor à Reuters, sob anonimato. "O desafio agora é preservar a resolução da China, especialmente em questões da obediência iraniana (às ordens da ONU)." Olmert é o terceiro premiê israelense a visitar a China desde o estabelecimento de relações entre os países, há 15 anos. Nesse período, o comércio bilateral saltou para mais de 3 bilhões de dólares por ano, podendo chegar a 5 bilhões em 2008. Mas isso é pouco em comparação com o enorme consumo chinês de petróleo do Irã, que representa cerca de 12 por cento das importações do produto no país. Um assessor de Olmert disse que o premiê defenderá a causa israelense, mas entende que "o fornecimento de energia é a principal prioridade da China". Mas qualquer sinal positivo de Pequim já seria um alívio para Olmert junto à opinião pública israelense, cansada dos escândalos de corrupção, da inconclusiva guerra de 2006 contra o Hezbollah e do impasse diplomático com os palestinos. "Se não for por outra coisa, Olmert precisa levar para casa algum tipo de declaração de boas intenções dos chineses a respeito da questão iraniana", disse o assessor. Na terça-feira, Olmert visitou uma fazenda experimental patrocinada por israelenses nos arredores de Pequim. Na quarta-feira, ele deve ser reunir com o premiê Wen Jiabao e com o ministro de Comércio, Bo Xilai, e na quinta-feira se encontra com o presidente Hu Jintao. O negociador nuclear iraniano, Ali Larijani, visitou Pequim na semana passada. Segundo a agência iraniana de notícias Irna, o negociador disse que Teerã mantém seu compromisso com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que autoriza os signatários a desenvolverem a energia atômica com fins pacíficos.

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