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Na Irlanda, Obama revisita suas ''raízes europeias''

Presidente ressalta ''ligações históricas'' - não só dele, mas também dos EUA - com país de maioria católica

Por Gustavo Chacra
Atualização:

CORRESPONDENTE / NOVA YORKCom direito a um copo de cerveja e visita à cidade de seus antepassados na Irlanda, o presidente dos EUA, Barack Obama, iniciou ontem sua visita à Europa na qual fará escalas também na Grã-Bretanha e na França, onde deve discutir temas relacionados ao processo de paz no Oriente Médio e às ações da Otan contra Muamar Kadafi, na Líbia. Antes de retornar, o líder americano ainda passa pela Polônia.Os parlamentares britânicos aguardam seu discurso amanhã e a expectativa é que Obama se aprofunde na discussão dos pontos de seu pronunciamento para o mundo árabe. A Grã-Bretanha tem uma preocupação especial em relação à Líbia, onde comanda com a França as forças da Otan contra Kadafi. Hoje, o presidente reúne-se com o premiê David Cameron durante o dia e, à noite, terá um jantar com a rainha Elizabeth.O Oriente Médio também estará no centro das discussões de Obama com líderes do G-8 na França. Além de debater uma ajuda internacional para apoiar a transição para a democracia e a modernização da economia no Egito e na Tunísia, o presidente americano buscará convencer os demais países a não aderir à iniciativa palestina de tentar o reconhecimento do Estado na Assembleia-Geral da ONU neste ano. Britânicos e franceses já indicaram que, se não houver avanço no processo de paz, podem seguir a via do Brasil e outros países, reconhecendo o Estado palestino nas fronteiras pré-1967. Obama rejeita uma ação unilateral palestina a afirma que as linhas de 1967, que separam a Cisjordânia de Israel, devam apenas servir de base para as fronteiras do futuro Estado, com os ajustes necessários que levem em conta as mudanças demográficas nos últimos 44 anos.Na visita à Irlanda, sempre ressaltando as ligações históricas não apenas dele, mas também dos Estados Unidos, com o país, Obama disse que ele e sua mulher, Michelle, visitaram a vila e Moneygall e viram a casa de seu ancestral. "Aproveitei e passei pelo pub", disse. No local, Obama tomou um copo de uma tradicional cerveja irlandesa, recebendo aplausos.O presidente aproveitou ainda para encontrar-se com um primo de oitavo grau pelo lado materno - o pai do líder americano era do Quênia. "Conheci meu primo Henry, que agora passará a ser chamado Henry VIII", brincou Obama, em alusão ao parentesco entre os dois. Em seguida, em discurso em uma tradicional universidade de Dublin, o presidente contou a história da imigração de seus antepassados para os Estados Unidos.Os irlandeses são um dos principais grupos de imigrantes para o território americano. Ao longo de séculos, foram vítimas de preconceito por serem católicos em um país majoritariamente protestante. A vitória de John F. Kennedy, de origem irlandesa, há cinco décadas, foi considerada um acontecimento histórico na época, quase equivalente à eleição de Obama em 2008, ao ser o primeiro negro a vencer a disputa presidencial americana.

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