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Na Noruega, sobreviventes relatam momentos de terror

De acordo com um rapaz de 22, o atacante atirava duas vezes em cada vítima para se certificar de tê-la matado

Por AE
Atualização:

Velas, bandeiras norueguesas e flores foram depositadas hoje em memória às vítimas

 

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OSLO - O homem que abriu fogo contra um grupo de jovens acampados numa ilha ao norte de Oslo, capital da Noruega, ontem, realizou disparos por 1 hora e meia antes de se render a um grupo especial da polícia. O atacante foi identificado como Anders Behring Breivik, de 32 anos.

 

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A polícia disse que 85 pessoas, muitas das quais adolescentes, foram mortas na ilha de Utoya, onde 600 pessoas estavam no momento do ataque. O ministro de Relações Exteriores Jonas Gahr Store estima que dezenas de pessoas estejam hospitalizadas por causa dos ferimentos. Segundo a polícia, quatro ou cinco pessoas ainda estão desaparecidas. Mergulhadores fazem buscas ao redor da ilha.

 

Dois tiros

 

Sobreviventes disseram que se esconderam e fugiram nadando da ilha para escapar do atirador. As vítimas descreveram o episódio como um "banho de sangue". "Não havia para onde fugir, apenas a água, e quando as pessoas tentavam nadar, ele atirava nelas", disse Dana Barzingi em entrevista à emissora norueguesa NRK.

 

Em entrevista ao jornal Dagbladet, Torbjorn Vereide, de 22 anos, disse que o atacante atirava duas vezes em cada vítima, para ter certeza de que ela estava morta. "Ele parecia muito concentrado. Ele agiu com calma e escolhia as vítimas uma por uma. As pessoas estavam deitadas no chão e ele passava por cima delas e então atirava em suas costas".

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Vereide disse que ele se escondeu do assassino num local perto da margem, juntamente com outros jovens. "No início, havia cerca de 30 pessoas lá. Quando o atirador terminou de disparar, apenas cinco de nós ainda estavam vivos".

 

Explosão em Oslo

 

O ataque ocorreu após uma explosão no centro de Oslo, onde ao menos sete pessoas morreram. As autoridades ainda não identificaram a razão do ataque, mas disseram que o suspeito visitou sites de fundamentalistas cristãos e pertenceu à juventude de um partido de direita.

 

A polícia afirmou que o atirador falou sobre o episódio e admitiu ter feito os disparos na ilha. Segundo os policiais, ele contratou um advogado, mas seu defensor não quer que seu nome seja divulgado.

 

A despeito do choque provocado pelos ataques, a Noruega não elevou o nível de alerta para atentados na capital e na ilha de Utoya, informou o Ministério de Justiça. O ministro Knut Storberget acrescentou que o governo mantém uma comunicação constante com a polícia e que continua avaliando a situação. "O debate sobre o nível de alerta prossegue".

 

As informações são da Associated Press e da Dow Jones

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