O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a Assembleia Geral das Nações Unidas nesta quarta-feira, em Nova York, fazendo um apelo para que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, seja reconduzido à presidência do país centro-americano.
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Durante o discurso de abertura da Assembleia - tradicionalmente feito pelo presidente do Brasil -, Lula reiterou ainda que a comunidade internacional deve estar atenta à "inviolabilidade" da embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa, onde Zelaya está abrigado desde a última segunda-feira. "A comunidade internacional exige que Zelaya reassuma imediatamente a Presidência de seu país e deve estar atenta à inviolabilidade da missão diplomática brasileira na capital hondurenha", disse Lula, sendo em seguida bastante aplaudido pelos líderes presentes na sede da ONU. Embora tenha feito declarações em relação à crise em Honduras, o discurso de Lula foi dominado pela defesa de reformas em organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. "Doutrina absurda" Afirmando que a crise econômica internacional marcou a falência "da doutrina absurda de que os mercados podem se autorregular, dispensando a intervenção do Estado", Lula afirmou que é "imprescindível refundar a ordem econômica mundial". "Meu país propõe uma autêntica reforma dos organismos financeiros multilaterais", disse. "Os países pobres e em desenvolvimento têm de aumentar sua participação na direção do FMI e do Banco Mundial. Sem isso não haverá efetiva mudança e os riscos de novas e maiores crises serão inevitáveis." O presidente brasileiro afirmou ainda que "não é possível que o mundo continue a ser regido pelas normas da conferência de Bretton Woods" e criticou o que chamou de "resistências em se adotar mecanismos efetivos de regulação dos mercados financeiros". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.