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Na posse, Correa prega controle da imprensa

Presidente equatoriano inicia segundo mandato com ameaças aos meios de comunicação

Por REUTERS E AP
Atualização:

O presidente equatoriano, Rafael Correa, assumiu ontem seu segundo mandato de quatro anos prometendo aumentar o controle sobre a imprensa e levar adiante sua "revolução socialista cidadã". A cerimônia teve a presença de dez presidentes sul-americanos, que, além de assistir à posse de Correa, estiveram em Quito para participar, no mesmo dia, da 3ª Reunião de Cúpula da União Sul-americana de Nações (Unasul). "Temos de perder o medo de pensar em formas de controlar os excessos da imprensa", disse Correa aos líderes presentes na cerimônia. "Temos de dar as cartas neste assunto. Fomos nós que ganhamos as eleições, não os gerentes desses negócios lucrativos chamados meios de comunicação." O presidente equatoriano condenou a militância política que, segundo ele, contamina a linha editorial dos meios de comunicação de seu país. "O maior adversário que tivemos nestes 31 meses de governo foi a imprensa, que exerceu um claro papel político, mesmo não tendo nenhuma legitimidade democrática", disse. A proposta do presidente equatoriano coincide com o cerco que o presidente venezuelano, Hugo Chávez - principal aliado político de Correa -, também promove contra os meios de comunicação da Venezuela. Na semana passada, Chávez fechou 34 emissoras de rádio e ameaçou outras 250. A principal emissora de TV venezuelana, a Globovisión - acusada de participação no golpe contra Chávez em 2002 -, chegou a ser atacada por militantes chavistas com bombas de gás lacrimogêneo uma semana atrás. Duas pessoas ficaram feridas. INSTABILIDADE Dos quatro presidentes que governaram o Equador nos últimos 12 anos, Correa foi o único a não ser deposto por revoltas populares. Seu primeiro governo teve início em janeiro de 2007, mas foi encurtado pela convocação de uma Assembleia Constituinte e de eleições antecipadas. Em 2009, ele venceu novamente a disputa para presidente e poderá, segundo a nova Constituição, concorrer à reeleição em 2013. No mês passado, Correa foi acusado de ter recebido doações da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para sua campanha eleitoral à presidência.

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