Na Turquia, Bento XVI pede unidade entre cristãos

Em cerimônia celebrada com líder ortodoxo, papa evitou mencionar o Islã

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Por Agencia Estado
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O papa Bento XVI classificou a divisão dos cristãos como um "escândalo mundial" e convidou os fiéis europeus para se unirem em uma cerimônia celebrada nesta quinta-feira, ao lado do líder dos cristãos ortodoxos, Patriarca Bartolomeu I, em Istambul. "A cisão entre o povo cristão é um escândalo para o mundo", disse o papa. Para chegar à Igreja de St. George, em Istambul, Bento XVI foi acompanhado por policiais, que montaram um dos maiores esquemas de segurança da história da Turquia. Durante a cerimônia, o papa enviou uma mensagem a todos os cristãos, dizendo que "a Europa deve renovar sua consciência cristã, buscando suas raízes, tradições e valores com mais vitalidade". Ele também lembrou como a fé está ligada à ciência, à razão e às tradições intelectuais, desde a Grécia antiga. O papa ainda pediu aos líderes de todo o mundo que "respeitem a liberdade religiosa como um direito básico do ser humano". Bento XIV faz sua primeira visita como papa a uma nação predominantemente muçulmana, em busca daquilo que o Vaticano classificou como "reciprocidade" por parte dos muçulmanos. Um dos grandes desafios de seu jovem papado é buscar a unidade do Cristianismo, que foi dividido há cerca de mil anos, por causa, inclusive, de disputas a respeito da autoridade papal. O papa evitou mencionar o Islã, após rezar ao lado de Bartolomeu I, na Igreja de St. George, em Istambul - cidade que, sob o nome de Constantinopla, foi a capital do império cristão bizantino até 1453. A visita do papa à região está programada para terminar nesta sexta-feira. Na quarta, em um suposto manifesto da Al-Qaeda, a viagem de Bento XVI foi classificada como parte de uma "cruzada" contra o Islã.

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