Nader confirma que é candidato, sob crítica de democratas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Ralph Nader, o fundador e líder do movimento de defesa de consumidores dos Estados Unidos, anunciou neste domingo que vai concorrer à Casa Branca e foi duramente criticado por líderes do Partido Democrata e seus antigos aliados. Eles temem que a candidatura de Nader tenha o mesmo efeito que teve em 2000, quando ele recebeu 2,7% da votação popular nacional e tirou do candidato democrata, o então o vice-presidente Albert Gore, um número suficiente de votos num par de estados para garantir a eleição de George W.Bush. Na Flórida, por exemplo, que Gore perdeu por uma diferença de apenas 537 votos populares, Nader recebeu 97.288 sufrágios. "Se apenas 1% dos que votaram para Nader na Flórida tivessem votado para Gore, Bush não seria hoje presidente dos Estados Unidos", disse John Pearce, um ex-aliado que lançou uma campanha na internet contra uma candidatura alternativa à esquerda do senador John Kerry, de Massachusetts, o favorito dos democratas para desafiar Bush. "Vaidade" O governador do Novo México, o democrata Bill Richardson, abriu as baterias contra Nader pouco depois de ele ter confirmado que será candidato independente no programa "Meet the Press", hoje. "Isso é vaidade pessoal, porque não há nenhum movimento que o apóie", disse Richardson, que presidirá a convenção nacional democrata, em Boston, em julho, e é um dos cotados para vice na chapa presidencial do partido. A campanha presidencial de Nader é, de fato, um empreendimento solitário. O Partido Verde, pelo qual Nader concorreu em 2000, organizou uma campanha pública para convencê-lo a não lançar-se candidato, sob o argumento de que a prioridade deve ser tirar Bush da Casa Branca. A dias de completar 70 anos, esta semana, Nader justificou sua decisão com o mesmo argumento que usou quatro anos atrás. "O governo em Washington tornou-se território ocupado pelas grandes corporações, há demasiado poder e riqueza concentrado em poucas mãos e muito pouca diferença entre os partidos Democrata e Republicano", afirmou ele. Desafio a Bush Kerry, por sua vez, desafiou o presidente americano a um debate sobre o Vietnã, depois que aliados da Casa Branca fizeram duros ataques contra sua participação no movimento de protesto contra a guerra. Kerry, que foi ferido e condecorado por bravura e heroísmo durante o conflito, foi um dos líderes do movimentos de veteranos contra a guerra do Vietnã no início dos anos 70. Bush, em contraste, serviu numa unidade de reserva da aeronáutica que não foi mobilizada e há dúvidas sobre se cumpriu com todas as suas obrigações militares. "Vietnã foi um período difícil e penoso de nossa história e a luta de nossos veteranos continua", disse Kerry. "É difícil acreditar que você tenha escolhido reabrir essas feridas para obter ganhos políticos pessoais, mas essa foi sua opção e eu não permitirei que meu patriotismo seja posto em questão", afirmou o senador, dirigindo-se a Bush. "Estou pronto para um debate sobre o Vietnã e o impacto de nossas experiências sobre a liderança necessária para ser presidente."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.