SÃO PAULO - O embaixador do Brasil na Alemanha, Mário Vilalva, disse que, até o momento, não há clima que sugira que o país europeu vá decretar estado de emergência após o atentado ocorrido na noite de segunda-feira, 19, em Berlim. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Estadão na manhã desta terça-feira, 20, na qual o diplomata comentou a situação após o ataque com um caminhão que avançou contra uma feira de Natal e matou 12 pessoas.
Vilalva afirmou que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, está reunida com seu comitê de segurança, mas que a principal preocupação é tranquilizar a população e investigar o caso para apurar o que de fato aconteceu.
Nesta terça-feira, Merkel deu uma breve declaração, na qual disse que seria um enorme desgosto para Alemanha a confirmação de que o ataque teria sido realizado por alguém que recebeu asilo político no país. Informações preliminares apontam que o atentado teria sido cometido por um paquistanês com um caminhão roubado na fronteira entre a Polônia e a Alemanha, mas ainda não houve confirmação.
Segundo o embaixador, a principal preocupação era saber se havia algum brasileiro envolvido com o ataque ou entre um dos feridos para poder prestar os devidos cuidados. Mas, segundo ele, os primeiros contatos com a polícia alemã negaram essa possibilidade. Em algumas horas, deve haver confirmação final sobre o assunto.
Clima de solidariedade. Vilalva ainda afirmou que nenhum partido político se manifestou sobre o assunto até agora e que o clima é de solidariedade nesta terça-feira. "Não há reação político-partidária sobre o incidente de ontem. Isso deve acontecer nos próximos dias, mas agora é um momento de solidariedade", disse.
Segundo o embaixador, o momento é delicado em Berlim. "As pessoas não estão circulando livremente pelas ruas, porque há receio de que possa haver novos atentados", reconheceu.
O embaixador ainda lamentou o atentado contra o embaixador da Rússia na Turquia, Andrei Karlov, que foi assassinado na cidade de Ancara também na noite desta segunda-feira.