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Não havia como deter extremista de direita, admite polícia da Noruega

Chefe dos serviços de segurança diz que autoridades não tinham qualquer informação sobre ataques

Atualização:

OSLO - O serviço policial da Noruega admitiu nesta sexta-feira, 16, que não tinha meios de descobrir os planos do extremista de direita Anders Behring Breivik, que em julho de 2011 matou 77 pessoas ao detonar uma bomba em Oslo e ao abrir fogo contra o acampamento da juventude do Partido Trabalhista na ilha de Utoya.

 

 

O chefe da PST, a polícia norueguesa, Roger Berg, lamentou que a agência de inteligência não foi capaz de prevenir os ataques, dizendo que as autoridades precisariam de "alguma pista" para deter Breivik. O policial considerou o extremista como "um terrorista solitário, com uma visão especial da realidade e com uma grande intenção de agir".

 

As declarações de Berg são feitas um dia depois de as autoridades admitirem que houve falhas na resposta aos ataques de Breivik. Um relatório apresentado por uma comissão de avaliação interna admite erros na comunicação entre os diferentes setores policiais e com outras autoridades, familiares das vítimas e a opinião pública. Além disso, aponta que sistema de alarme nacional não funcionou.

 

As constatações contrastam com as declarações feitas há três meses pelo chefe da comissão avaliadora, Olav Sonderland, que na ocasião garantiu que a polícia não havia cometido nenhum erro, o que motivou fortes e generalizadas críticas.

 

Em 22 de julho Breivik detonou um carro-bomba em Oslo, matando oito pessoas, e em seguida se dirigiu a Utoya, a 45 quilômetros da capital, onde durante uma hora e 20 minutos disparou de forma indiscriminada e assassinou outras 69 pessoas. A maioria das vítimas de Utoya participava do acampamento.

 

Breivik se considera um "salvador" da Noruega, lutando contra a "colonização islâmica" e se opondo ao governo atual do país escandinavo. De acordo com a polícia, ele planejou os atentados sozinho. 

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