
26 de janeiro de 2012 | 03h02
Na Praça Tahrir, principal palco dos protestos contra o antigo regime, a divisão interna que prevalece hoje no país era evidente: grupos liberais seculares manifestavam-se contra a junta militar que governa atualmente, enquanto radicais islâmicos celebravam o que consideram as conquistas do levante.
Os manifestantes ligados aos movimentos que exigem a transferência imediata do poder aos civis marcharam de diversos bairros da capital egípcia em direção à praça, onde chegaram pouco antes do pôr do sol.
Membros da Irmandade Muçulmana e de grupos salafistas, que juntos obtiveram três quartos dos assentos no Congresso do Egito nas recentes eleições parlamentares, chegaram de manhã ao local.
Dezenas de ônibus foram usados para transportar os islâmicos de outras cidades. Os líderes muçulmanos - que também pediam a saída dos militares, mas não de maneira imediata - discursavam em um palanque.
No fim da tarde, quando os liberais seculares chegaram à praça, o número de religiosos foi superado. De seus alto-falantes, os religiosos pregavam a defesa do Egito contra os "inimigos" do Islã. A Irmandade Muçulmana é acusada de estar mais interessada em consolidar seu poder do que pôr em prática reformas, acomodando os interesses da junta militar. Os religiosos negam as acusações. / AP e REUTERS
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