Naufrágio mata 40 ilegais

Barco com 150 pessoas saiu da África com destino à Itália; há mais de 100 desaparecidos

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Por AP , AFP e EFE E REUTERS
Atualização:

Uma embarcação com 150 imigrantes ilegais que se dirigia à Itália naufragou na costa da Líbia, deixando pelo menos 40 mortos e mais de 100 desaparecidos. Até a tarde de ontem, apenas um homem havia sido resgatado com vida. Os imigrantes - cuja maioria era do Egito - deixaram a cidade de Zuwarah, na Líbia, no dia 7, com destino à Itália. O barco em que estavam afundou logo depois de deixar o porto por causa das más condições de tempo. O sobrevivente, que é egípcio e não teve seu nome divulgado, disse que o motor do barco parou de funcionar algumas horas depois de a embarcação ter deixado Zuwarah, cidade próxima da fronteira com a Tunísia. Logo após o motor parar, o barco começou a fazer água e afundou. Segundo o sobrevivente, os demais passageiros não sabiam nadar. Ele afirmou à rede BBC que cada pessoa no barco teve de pagar entre US$ 2,5 mil e US$ 5 mil para um traficante de imigrantes pela passagem para a Itália. O governo da Líbia informou às autoridades egípcias no dia 13 sobre o acidente. O Ministério do Interior do Egito afirmou que os cadáveres retirados do mar estavam em avançado estado de decomposição e, por isso, não foi possível identificar as vítimas. Em outubro do ano passado, cerca de 100 imigrantes egípcios morreram no naufrágio de dois barcos que os transportavam para a Itália. Nos últimos três anos, centenas de imigrantes do país morreram afogados no Mar Mediterrâneo tentando chegar à costa da Itália e da Grécia. Autoridade egípcias afirmam que os acidentes ocorrem porque muitas das travessias são feitas em embarcações frágeis. O Egito também ressaltou que, nos últimos meses, prendeu dezenas de criminosos que atuavam no tráfico ilegal de imigrantes. MALTA Em outro incidente que envolveu imigrantes ilegais, cerca de 30 pessoas foram encontrados no domingo presas em redes de pesca de atum nas águas de Malta, ao sul da ilha. Fontes locais afirmam que o barco em que os imigrantes estavam virou depois de bater nas redes de aço utilizadas por pesacadores. O acidente ocorreu um dia depois de outra embarcação com 35 somalis partir-se em duas, deixando o saldo de seis mortos. As equipes de resgate retomaram ontem a busca por sobreviventes, mas não conseguiram localizar ninguém. A chegada do bom tempo à região do Mediterrâneo ajuda a aumentar o número de barcos com imigrantes que sonham em chegar à Europa. MEMORIAL AOS MORTOS Um monumento para homenagear os imigrantes ilegais que morreram no mar tentando chegar à Europa será inaugurado no dia 28 na Ilha de Lampedusa, na Itália. A obra, que recebeu o nome de Porta de Lampedusa - Porta da Europa, é assinada pelo artista plástico italiano Mimmo Paladino. A pequena ilha é mais próxima do continente africano do que da Itália e, nos últimos anos, recebeu milhares de imigrantes - segundo o jornal espanhol El País, nas últimas horas foram interceptados nas águas próximas a Lampedusa 454 imigrantes ilegais, dos quais 80 são mulheres.

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