Os três pescadores mexicanos que sobreviveram durante nove meses à deriva em uma pequena embarcação pelo Pacífico chegaram nesta sexta-feira à Cidade do México. "Estamos muito cansados, e agora queremos tirar alguns dias de descanso, para depois voltarmos a trabalhar", disse Jesús Eduardo Vidaña, logo após descer do avião em que os três chegaram de Los Angeles. Em meio a um forte dispositivo de segurança e com uma ampla cobertura da imprensa, os náufragos chegaram ao país por volta das 05h30 local (7h30 de Brasília), e foram recebidos por representantes da Chancelaria no aeroporto da capital mexicana. Vidaña, Lucio Rendón e Salvador Ordónez chegaram ao país em um vôo da Mexicana de Aviación. Os náufragos, que em sua odisséia pelo Pacífico perderam dois companheiros, cujos cadáveres foram levados pelo mar, foram conduzidos imediatamente ao Salão Oficial do aeroporto. Após fazer os trâmites migratórios, os pescadores receberam seus bilhetes de avião para retornarem a suas regiões de origem. Segundo o responsável de Proteção e Serviços Consulares da Chancelaria do México, Miguel Gutiérrez, os pescadores foram submetidos a uma revisão médica na qual foi detectado "uma leve inflamação nos pés", após o longo vôo que teve início há dois dias em Majuro, capital das Ilhas Marshall. "Eles estão cansados, querem voltar para casa e descansar", disse o funcionário da Secretaria de Relações Exteriores, responsável pela repatriação dos náufragos. Os náufragos foram resgatados em 9 de agosto, próximo às Ilhas Marshall, no Pacífico Sul, por um pesqueiro de bandeira taiwanesa. Eles estavam à deriva desde novembro. Estima-se que as correntes os tenham arrastado por cerca de 8 mil quilômetros. Segundo relataram os três náufragos, nos quase 300 dias em que viveram à deriva, eles se alimentaram de peixes e aves e beberam água da chuva. Nos próximos dias, os pescadores mexicanos devem prestar declarações à Justiça mexicana sobre as mortes de seus dois companheiros.