Navios de patrulha chineses entram em águas disputadas com Japão

Informação é da TV pública de Tóquio, citando guarda costeira japonesa; crise se agrava entre países

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Atualização:

Texto atualizado às 8h47

 

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TÓQUIO - Ao menos dois dos 11 navios de patrulha chineses que navegam perto das ilhas disputadas com o Japão no mar do Leste da China entraram em território considerado pelo governo japonês como sua propriedade, informou a emissora pública de TV NHK nesta terça-feira, 18, citando a Guarda Costeira do Japão.

 

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Protestos anti-Japão têm acontecido frequentemente em cidades chinesas e em outras localidades ao redor do mundo, em consequência da disputa pelas ilhas, chamadas de Senkaku no Japão e Diaoyu na China, onde acredita-se que existam reservas de gás natural.

 

A tensão entre Tóquio e Pequim cresceu na segunda, com o fechamento temporário de algumas fábricas japonesas na China - como Nissan, Mazda e Canon. Lojas de marcas japonesas também fecharam as portas para prevenir vandalismo. Além disso, o governo chinês anunciou o envio de mil pesqueiros às ilhas disputadas pelos dois países - Senkaku, para os japoneses, ou Diaoyu, para os chineses -, ato que o Japão chamou de "provocação".

 

 

Apesar da tensão, alguns analistas afirmam que a China adotou uma posição dúbia com relação à crise diplomática. Apesar de encorajar discretamente os protestos nacionalistas contra o Japão, Pequim também tenta refreá-los publicamente. A preocupação é a de que as manifestações saiam de controle e se voltem facilmente contra o regime. Autoridades em Pequim assinalaram ontem que pretendiam reduzir a intensidade dos protestos pela soberania do arquipélago por contra, entre outros fatores, do impacto da disputa, que já teria afetado o comércio entre os dois países.

 

De acordo com analistas, a estratégia de dubiedade foi cuidadosamente elaborada pela China para aumentar a pressão sobre o Japão, mas sem deixar de levar em conta a política interna. O governo chinês manobra para garantir posições de vantagem antes da transição de líderes, como é praxe a cada dez anos no país.

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O processo atingirá seu momento mais importante nas próximas semanas, quando Xi Jinping substituirá Hu Jintao na presidência do país, durante o 18.º Congresso do Partido Comunista Chinês, marcado para outubro.

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