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Nazista foi espião dos EUA, diz jornal

Por Agencia Estado
Atualização:

A versão de que Heinrich Mueller - alto chefe nazista e superior do "anjo exterminador" Adolf Eichmann - teria trabalhado para o serviço de espionagem norte-americano provocou comoção nos EUA, onde vários grupos exigem novas investigações do caso. A hipótese de que Mueller, desaparecido desde o final da Segunda Guerra e que supostamente teria se refugiado no Brasil, Paraguai e Argentina, foi divulgada pelo jornal alemão Welt am Sonntag. Segundo o diário, no início da Guerra Fria os serviços de inteligência militar norte-americanos quiseram aproveitar os conhecimentos do ex-membro da Gestapo sobre a União Soviética. "O governo dos EUA tem o dever moral, perante os que sofreram o Holocausto, de abrir uma investigação formal" sobre o caso, declarou Marvin Hier, do Centro Simon Wiesenthal de Los Angeles. Durante meio século, os caçadores de nazistas e os historiadores perseguiram Mueller: de toda a alta hierarquia do governo de Adolf Hitler, o ex-chefe da Gestapo, responsável pelo envio de centenas de milhares de judeus a Auschwitz e Buchenwald, é o mais importante que conseguiu "desaparecer". Oficialmente, Mueller morreu em Berlim; mas sua sepultura, aberta há 30 anos, continha apenas os restos de dois militares não identificados. Fontes do serviço secreto militar dos EUA dizem que Mueller foi capturado pelos norte-americanos em 1945 e misteriosamente libertado pouco depois. Desde então, segundo outros documentos de inteligência, o ex-chefe nazista teria sido visto na Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Suíça, Brasil, Paraguai e Argentina; também teria circulado pelo Cairo, Damasco, Washington e New Hampshire. Dentro de um mês, quando os Arquivos Nacionais de Washington publicarão o dossiê de 500 páginas da CIA sobre Mueller, o caso poderá sofrer uma reviravolta.

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