NBC diz que Coréia do Norte prepara outro míssil de longo alcance

Rede de TV americana informou que o míssil Taeopodong-2 ainda não está na plataforma de lançamento

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Por Agencia Estado
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A rede de televisão NBC informou nesta quarta-feira que a Coréia do Norte prepara o lançamento de outro míssil de longo alcance, do tipo Taeopodong-2. A NBC, citando fontes não identificadas do Governo dos Estados Unidos, disse que o míssil ainda não está na plataforma de lançamento. A Coréia do Norte lançou pelo menos seis mísseis na madrugada de quarta-feira, um deles um Taeopodong-2. Horas depois, houve mais um lançamento. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o fracasso norte-coreano em testar um míssil de longo alcance não diminui a necessidade de que o regime comunista seja encorajado a abandonar seu programa de armamentos nucleares. Bush ressaltou que o míssil Taepodong-2 (T2) lançado na madrugada desta quarta-feira pela Coréia do Norte caiu no mar apenas 42 segundos após a decolagem. Segundo especialistas, o projétil seria capaz de alcançar o território americano. Para o presidente, no entanto, o fracasso "não diminui meu desejo de resolver esse problema". "A Coréia do Norte pode se unir à comunidade internacional e melhorar sua situação atuando em conjunto com todos nós que achamos que ela não deveria possuir armas nucleares e que acreditamos num caminho positivo para o Governo norte-coreano", disse Bush após uma reunião com o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, na Casa Branca. Repúdio mundial Antes das declarações de Bush, líderes mundiais já haviam condenado os testes norte-coreanos, ameaçando tomar providências antes mesmo de o caso passar pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e exortando Pyongyang a restaurar o contato paralisado com o grupo de seis países formado para negociar sua questão nuclear. Na contramão, a Venezuela afirmou que o país asiático tem o direito de desenvolver sua tecnologia de mísseis. O Japão, próximo da zona de testes, colocou em alerta máximo seu efetivo militar. O ministro da Defesa do país, Fukushiro Nukaga, conversou por telefone com o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld. Ambos decidiram cooperar mutuamente e trocar informações no desdobramento da crise. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se pronunciou dizendo que os sete testes ameaçaram a segurança do leste da Ásia e do resto do mundo, enquanto a Rússia afirmou que eles minaram a confiança da comunidade internacional na empobrecida nação comunista. Os países europeus criticaram o governo de Kim Jong Il. A Otan pediu uma firme resposta da comunidade internacional e fez mais um apelo. "Pedimos que a Coréia do Norte cesse imediatamente o desenvolvimento de mísseis de longo alcance e retome sua moratória quanto aos lançamentos de mísseis", disse em uma declaração a aliança de 26 países. O embaixador da França nas Nações Unidas, Jean-Marc de La Sabliere, informou que o Conselho de Segurança realiza uma reunião de emergência ainda nesta quarta-feira, solicitada pela missão japonesa, que promete apresentar uma resolução contra Pyongyang. Na Rússia, o governo convocou o embaixador norte-coreano em Moscou para dar explicações nesta quarta-feira. Um dos mísseis lançados caiu perto de uma cidade russa na costa do Pacífico, assustando moradores locais. O vice-chanceler Alexander Alexeyev disse ao embaixador Pak Ui Chun que os testes "prejudicam a paz e a estabilidade na região e complicam as negociações em torno dos problemas nucleares na Península Coreana". O diplomata norte-coreano disse que informaria Pyongyang rapidamente sobre a posição russa. Na cidade portuária de Nakhodka, não muito distante da Coréia do Norte, os moradores tentaram protestar em frente ao consulado norte-coreano, mas foram contidos por policiais.

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