Negociação com Coréia do Norte termina sem resultados

Diálogo contou com a presença de delegados das duas Coréias, dos Estados Unidos, da China, do Japão e da Rússia; uma nova data não foi marcada

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Por Agencia Estado
Atualização:

A quinta rodada de diálogo entre as duas Coréias, Estados Unidos, Japão, Rússia e China para o desarmamento nuclear norte-coreano terminou nesta sexta-feira sem avanços e sem data de retomada, somente com a habitual declaração do país anfitrião, a China. A porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Jiang Yu, confirmou o encerramento da segunda fase da rodada, retomada na segunda-feira, após treze meses de estagnação devido ao boicote de Pyongyang, que fez seu primeiro teste nuclear em 9 de outubro. Os principais antagonistas da crise, EUA e Coréia do Norte, não conseguiram aproximar suas posições. Para voltar ao diálogo sobre o desarmamento, Pyongyang exige que Washington retire as sanções impostas há um ano contra entidades financeiras vinculadas ao regime norte-coreano e acusadas de lavagem de dinheiro. Como as sanções não foram suspensas, a Coréia do Norte se negou na quinta-feira a continuar negociando o desarmamento - o objetivo do diálogo segundo a declaração conjunta assinada em setembro de 2005. Através deste acordo, os negociadores oferecem ajuda energética e econômica e garantias de não agressão (por parte dos EUA) a Pyongyang em troca do desmantelamento de seu programa nuclear, seu retorno ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e a verificação dos inspetores da Agência Internacional da Energia Atômica. Jiang Yu confirmou que as seis partes nem sequer foram capazes de assinar um novo documento que representasse passos concretos para aplicar estes objetivos, uma possibilidade apontada pelas delegações dos Estados Unidos e da China durante os cinco dias de reuniões. Sanções mais rigorosas A delegação japonesa, liderada por Kenichiro Sasae, também lamentou a falta de progresso nas conversas e considerou a possibilidade de que as sanções econômicas se tornem mais rigorosas se a situação dos japoneses seqüestrados em 1970 pela Coréia do Norte não seja resolvido. O comunicado de 2005 também fixou a meta de que a Coréia do Norte normalize suas relações diplomáticas com os EUA e o Japão. Este novo fracasso na resolução da crise nuclear ocorre após Washington questionar a efetividade do formato das negociações de seis lados. O negociador americano, Christopher Hill, reiterou esta manhã que a delegação norte-coreana, liderada por Kim Kye-gwan, não se mostrou disposta a negociar o desarmamento se Washington não suspender primeiro as sanções. Para a discussão das sanções financeiras, foram criados grupos de trabalho que negociaram de forma paralela ao diálogo de seis partes na terça e quarta-feira. Os grupos não chegaram a outra conclusão que não seja continuar a negociar em janeiro, em Nova York. Matéria ampliada às 8h25

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