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Negociação nuclear com Irã recomeça hoje

Representantes de Teerã e de cinco potências vão à Suíça para tentar acertar um acordo definitivo a respeito do programa

Por LAUSANNE e SUÍÇA
Atualização:
Falando a repórteres, o secretário de Estado, John Kerry, disse acreditar que o pacto ainda pode ser fechado, mas deixou claro que não há mais tempo a perder. Foto: AP

Representantes de Estados Unidos e Irã decidiram adiar para hoje a retomada do diálogo sobre o programa nuclear iraniano - o reinício das negociações estava previsto para ontem. A mudança se deveu a um atraso no cronograma de viagem da delegação americana, chefiada pelo secretário de Estado, John Kerry. O funcionário americano chegou ontem a Lausanne, na Suíça, para o encontro.

O governo dos EUA pressiona Teerã a aceitar nos próximos dias um "acordo político" para colocar fim a uma crise que já dura doze anos. A Casa Branca alertou que não prorrogará o prazo estabelecido para um entendimento definitivo e disse que pode desistir da negociação se os iranianos não cederem. A negociação que se reinicia entre Irã e as cinco potências (EUA, Rússia, China, França e Alemanha) terá uma semana decisiva. Falando a repórteres Kerry, disse acreditar que o pacto ainda pode ser fechado, mas deixou claro que não há mais tempo a perder. "O tempo está se esgotando", alertou, em relação ao prazo do fim de março para que haja entendimento. "Diferenças importantes continuam sem solução. Pode ser que o Irã simplesmente não possa dizer sim ao tipo de acordo que a comunidade internacional quer", afirmou. Questionado se o prazo poderia ser estendido, Kerry rejeitou a possibilidade e deu a entender que pode abandonar o processo. "Nada vai mudar em abril ou maio que sugira que uma decisão que não possa ser tomada hoje poderia ser aceita depois." Kerry ainda deixou claro que a pressão que vem sofrendo do Legislativo americano a não aceitar um acordo ameaça a negociação - na semana passada, 47 senadores republicanos enviaram uma carta a Teerã alertando que o Congresso não aprovará um acordo, dias depois de o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, fazer um apelo no Congresso contra o entendimento. A Casa Branca respondeu com uma carta aos senadores alertando sobre os riscos de um colapso nas conversas. / J.C.

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