Negociações nucleares dependem dos EUA, diz norte-coreano

Segundo Kim Myong-gil, representante do país comunista na ONU, haverá progresso nas negociações "caso os EUA tiverem disposição para melhorar as relações"

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Por Agencia Estado
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Um diplomata norte-coreano disse nesta quinta-feira, 16, que o progresso na nova rodada de negociações nucleares depende da atitude dos Estados Unidos, um possível indicador de que a nação comunista está relutante em fazer qualquer concessões. "Progresso pode ser feito" nas negociações de desarmamento nuclear "se os Estados Unidos tiverem uma atitude sincera e uma disposição para melhorar as relações" com a Coréia do Norte, afirmou Kim Myong-gil, subchefe do país comunista nas Nações Unidas, em entrevista à Associated Press. A Coréia do norte concordou em retornar à mesa de negociações no mês passado, após um encontro com a China e os EUA em que Washington concordou em discutir seus embargos ao regime de Pyongyang. Kim disse que se os EUA mantiverem e cumprirem essa promessa, isso seria "um bom começo" para as negociações sobre o programa de armas nucleares norte-coreano. Ainda não foi definida a data para a retomada das negociações, mas oficiais disseram que deverá ocorrer antes do final do ano. A Coréia do Norte concordou, em setembro de 2005, em discutir o abandono de seu programa nuclear em troca de auxílio e garantias de segurança. Porém, em novembro do mesmo ano, as discussões falharam e nenhum encontro entre as partes foi feito desde então. "Abusos contra os direitos humanos" Kim também condenou a decisão da Coréia do Sul em votar na Assembléia Geral da ONU a favor de uma resolução que acusa o país comunista de cometer abusos contra os direitos humanos. "Isso não deve ter um influência positiva" nas relações inter-coreanas, disse o diplomata. Tal voto quebrou o silêncio da Coréia do Sul, que há tempos adota a política de não falar em público sobre os abusos de sua vizinha - com o objetivo de manter a estabilidade da região. Anteriormente, Seul havia se abstido em votações similares. O Ministério do Exterior da Coréia do Sul afirmou nesta quinta que Seul "fará esforços consistentes para uma melhora substancial da situação dos direitos humanos dos norte-coreanos, e irá cooperar com a comunidade internacional para atingir tal propósito".

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