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Negociações sobre programa nuclear chegam ao último dia

Aumento de exigências da Coréia do Norte ameaça acordo sobre desarmamento

Por Agencia Estado
Atualização:

As negociações sobre o desmantelamento nuclear da Coréia do Norte entraram nesta segunda-feira em seu quinto e último dia, depois que as exigências de Pyongyang em troca do desarmamento tenham diminuído a possibilidade de um acordo. As delegações das duas Coréias, dos Estados Unidos, do Japão, da Rússia e da China concordaram em concluir a atual reunião, conforme informou a agência oficial de notícias Xinhua. "É o último dia do diálogo, veremos o que vai acontecer", disse o negociador americano, Christopher Hill. "Colocamos tudo sobre a mesa, agora depende da Coréia do Norte", acrescentou. Na última quinta-feira, a Coréia do Norte decidiu aumentar suas exigências no campo da energia em troca da paralisação de seus reatores. As conversas ficaram estagnadas durante mais de um ano depois que Washington impôs sanções financeiras unilaterais à Coréia do Norte, que pouco tempo depois realizou lançamento balístico (em julho) e seu primeiro teste atômico, em 9 de outubro. Seul está pessimista em relação às expectativas do último dia de negociações: "O céu de Pequim está muito claro, mas as possibilidades para o diálogo a seis não o estão tanto", disse Chun Yung Woo, delegado sul-coreano. A crise nuclear norte-coreana explodiu em 2002, quando Washington acusou Pyongyang de ter um programa secreto de enriquecimento de urânio, em violação do Acordo Marco de 1994, e incluiu o país asiático no "Eixo do Mal", ao lado de Iraque e Irã. Documento Em reunião realizada após 48 dias de recesso, a China (país anfitrião) apresentou minuta que visava a aplicação do comunicado conjunto assinado pelos seis países em setembro de 2005. Nele estão os objetivos como a verificação internacional do desmantelamento norte-coreano, seu retorno ao Tratado de Não-Proliferação (TNP), garantias de não agressão, e compensações econômicas e energéticas ao empobrecido regime stalinista, assim como seu direito ao uso civil da energia. Além disso, Pyongyang normalizaria suas relações diplomáticas com Washington e Tóquio. O documento também indica proposta da Coréia do Sul para fornecer dois milhões de quilowatts de eletricidade ao Norte, que poderiam ser dois milhões de toneladas de petróleo pesado ao ano. Para a aplicação destes passos, a minuta chinesa propõe a criação de cinco grupos de trabalho e exige que a Coréia do Norte abandone seu programa nuclear em dois meses.

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