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Nenhum candidato obteve a maioria na segunda votação italiana

Pelo voto ser secreto alguns eleitores depositaram cédulas nulas à favor de personalidades como o cantor italiano de rock Basco Rossi

Por Agencia Estado
Atualização:

A segunda votação no Parlamento para escolher o presidente da República italiana terminou sem que nenhum dos candidatos obtivesse a maioria necessária para substituir o atual chefe de Estado, Carlo Azeglio Ciampi. Um total de 724 dos 973 eleitores que participaram da sessão de nesta terça-feira votou em branco, depois de a centro-esquerda e a centro-direita anunciarem que preferiam esta opção, à espera de aproximar posturas sobre um candidato que conte com o máximo apoio. O mais votado foi o líder da federalista Liga Norte, Umberto Bossi - aliado do premier interino Silvio Berlusconi -, com 38 votos, seguido do presidente dos Democratas de Esquerda (DS), Massimo D´Alema, com 35. O senador vitalício Giorgio Napolitano, candidato proposto pela centro-esquerda, obteve 15 votos, enquanto Gianni Letta, da centro-direita, ficou com 11. O caráter secreto do voto fez com que alguns eleitores depositassem cédulas nulas a favor de personalidades como Maria Gabriella de Sabóia, filha do último rei da Itália, Umberto II; o conhecido apresentador de televisão Bruno Vespa; e inclusive o cantor italiano de rock Basco Rossi. Deve haver uma nova votação às 17h (12h de Brasília), na qual também será necessária uma maioria de dois terços para que um dos candidatos seja eleito. A partir da quarta rodada passa a ser suficiente uma maioria simples. Então, a aliança de centro-esquerda União, liderada por Romano Prodi, já disporá de votos suficientes para eleger seu candidato sem o respaldo do bloco conservador. Participam da eleição presidencial os deputados, os senadores e os representantes das regiões. O primeiro-ministro interino, Berlusconi, anunciou que sua coalizão, a Casa das Liberdades, continuará votando em branco "na terceira e na quarta rodadas" por sua inconformidade com o candidato de centro-esquerda. Por sua parte, o ganhador das eleições gerais de abril, Prodi, reconheceu que, se não houver nenhuma mudança, a terceira rodada de votações também terminará sem uma escolha.

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