Nenhum soldado para trás

teste

PUBLICIDADE

Por Alex Berenson
Atualização:

Nenhum soldado é deixado para trás. Essas palavras são honradas em todas as patentes das Forças Armadas americanas. Os soldados arriscam as próprias vidas deliberadamente, às vezes de maneira tola, para manter seus camaradas a salvo do inimigo. Por isso, a Casa Branca esperava que a libertação de Bowe Robert Bergdahl, soldado de 28 anos feito prisioneiro pelo Taleban há quase cinco anos, seria celebrada. O presidente Obama comentou a libertação, falando no sábado ao lado dos pais de Bergdahl. (Soldado raso no momento de sua captura, ele foi promovido como prisioneiro.) Em vez disso, muitos dos colegas dele estão indignados. Quando o secretário da Defesa, Chuck Hagel, deu a notícia aos soldados na base aérea de Bagram, ao norte de Cabul, a resposta foi o silêncio. Na internet, soldados e veteranos - entre eles alguns do pelotão do próprio Bergdahl - foram ao Facebook para condenar a decisão de libertar cinco líderes do Taleban presos em Guantánamo para trocá-los por ele. A decisão do governo Obama de negociar com o Taleban para obter a libertação de Bergdahl não foi o que motivou a raiva. A promessa americana de não negociar com terroristas foi mais violada do que mantida desde que foi feita pelo presidente Ronald Reagan. E o Taleban já desempenha um papel importante na política afegã. Os EUA terão de lidar com eles no futuro próximo, quer gostem disso ou não. A fúria dos militares emana das circunstâncias da captura de Bergdahl - e do fato de muitos soldados americanos de unidades na província onde ele desapareceu terem sido mortos nos meses que se seguiram ao sumiço dele. Os críticos de Bergdahl dizem que algumas dessas mortes estavam ligadas às buscas que tentavam localizá-lo, embora o Pentágono diga que as alegações são infundadas. A Casa Branca trabalhou incansavelmente para libertar Bergdahl, sem deixar as dúvidas envolvendo seu desaparecimento impedir a decisão de trocá-lo por detentos do Taleban. Essa decisão me parece correta. Ninguém é deixado para trás. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL É JORNALISTA Artigo

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.