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Nepal inicia votação histórica; o exército culpa rebeldes maoistas por explosões

Pequenos ataques foram atribuídos a grupos rebeldes, forças de segurança já desarmaram cerca de 30 dispositivos desde sexta-feira

Atualização:

KATMANDU - Os nepaleses começaram a votar para eleger um novo parlamento neste domingo, 26, com o exército em alerta após uma série de pequenas explosões que foram atribuídas a um grupo dissidente maoista. 

Mais de uma década após o fim de uma guerra civil entre guerrilheiros camponeses maoistas, o Nepal espera que esta eleição - a primeira votação para o Parlamento desde 1999 - complete a longa jornada de uma monarquia para se tornar uma república federal. Um segundo turno da eleição deve ocorrer no dia 7 de dezembro, e a comissão eleitoral disse que os resultados finais provavelmente não serão conhecidos por vários dias por causa dos complicados procedimentos de contagem. 

Eleitora vota em Chautara, cerca de 100 quilômetros a leste da capital Katmandu, neste domingo, 25. - Foto: Prakash Mathema/AFP Foto:

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Um grupo dissidente maoista estaria por trás de uma série de pequenas explosões às vésperas da eleição. As forças de segurança teriam desarmado cerca de 30 dispositivos explosivos improvisados desde sexta-feira, segundo informou o porta-voz do exército, Nain Raj Dahal. 

Suresh Balsami foi o primeiro eleitor no centro de votação de Kagatigaun perto da capital, Katmandu. "Votei para a paz, o desenvolvimento e a prosperidade do país", disse o motorista de ônibus de 32 anos, enquanto outros eleitores começaram a chegar.

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O Nepal votou em 2008 e 2013 para uma Assembleia Constituinte, que dobrou o número de cadeiras do Parlamento, para escrever uma carta de pós-monarquia que trilharia o caminho para se tornar uma república federativa. Mais de 15 milhões de eleitores elegíveis escolherão uma legislatura de 275 membros, a primeira sob uma nova constituição acordada após anos de disputa. Simultaneamente, os eleitores escolherão representantes para sete assembleias provinciais pela primeira vez desde que o Nepal aboliu a monarquia em 2008. 

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O partido centrista do Congresso nepalês, considerado um grupo pró-Índia, formou uma frouxa aliança eleitoral com os partidos Madhesi das planícies do sul do país que fazem fronteira com a Índia e ex-monaquistas. Ele enfrenta uma bem costurada aliança de coalizão de esquerda entre os ex-rebeldes maoístas e o principal partido oposicionista, o comunista UML, visto como mais próximo da China. 

Índia e a China esperam se beneficiar do resultado das eleições, pois o Nepal tem potencial como fonte de energia hidrelétrica.

Lar do Monte Everest, o país é um dos mais pobres do mundo e depende do turismo e da ajuda internacional. Mais de um quinto dos seus 28 milhões de pessoas sobrevive com menos de US$ 1,90 por dia, e partes do país ainda se recuperam do devastador terremoto que matou 9 mil pessoas em 2015. /REUTERS

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