Netanyahu apoia troca territorial com palestinos, diz WikiLeaks

Material divulgada pelo site mostra postura nunca antes revelada pelo premiê israelense

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JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apoia a troca territorial com os palestinos para alcançar um acordo de paz, informa um dos documentos que o site WikiLeaks divulgou na internet.

 

 

Trata-se da primeira vez que um documento oficial, neste caso procedente da Embaixada dos EUA em Tel Aviv, revela a postura do primeiro-ministro israelense sobre uma das questões cruciais das negociações de paz no Oriente Médio.

 

Segundo o material divulgado e comentado nesta terça-feira pela imprensa local, após as eleições de fevereiro de 2010, Netanyahu se posicionou diante de diplomatas americanos a favor de uma troca territorial com o futuro Estado palestino. Essa troca permitiria a Israel anexar três grandes blocos de colônias na Cisjordânia - Ma'aleh Adumim, Gush Etzion e Ariel - e evitar um deslocamento de milhares de colonos para o território israelense de dezenas.

 

A proposta conta com o apoio do ministro das Relações Exteriores, o ultradireitista Avigdor Lieberman, mas nunca foi apoiada publicamente pelo primeiro-ministro. No documento, de 26 de fevereiro de 2009, Netanyahu reafirma que não tem intenção de controlar Gaza e a Cisjordânia, mas evitar ataques desses territórios.

 

As negociações entre palestinos e israelenses foram interrompidas em setembro, quando terminou a moratória de dez meses nas construções em assentamentos judaicos. Desde então os EUA e os palestinos pressionam por mais uma paralisação na construção de novas colônias.

 

O WikiLeaks divulgou no domingo cerca de 250 mil documentos diplomáticos secretos dos EUA que revelaram segredos da política externa americana. Os documentos foram publicados pelos jornais The Guardian, New York Times, Le Monde e El País e pela revista alemã Der Spiegel e se referem desde os anos 1960 ao início de 2010.

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O WikiLeaks é um site que se dedica a revelar documentos militares secretos dos EUA e de outros países. Neste ano, o site divulgou cerca de 400 mil documentos secretos sobre a guerra do Iraque. Antes disso, o WikiLeaks já havia divulgado 90 mil relatórios confidenciais sobre abusos cometidos no Afeganistão.

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