Netanyahu convoca israelenses a votar e prevê disputa apertada

Eleitores vão às urnas na segunda legislativa realizada em Israel em cinco meses; pesquisas apontam o partido do premiê empatado com o do opositor Benny Gantz; participação já superou as expectativas

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Por Redação
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JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, pediu nesta terça-feira, 17, aos israelenses que votem nas eleições legislativas e previu uma disputa "apertada"

"O presidente Trump disse ontem que as eleições serão apertadas. Posso garantir que serão muito apertadas", disse Netanyahu Foto: Heidi Levine / Reuters

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"O presidente Trump disse ontem que as eleições serão apertadas. Posso garantir que serão muito apertadas", disse o premiê depois de votar em Jerusalém. Ele também pediu aos israelenses que compareçam em grande número às urnas.

Os israelenses começaram a votar nesta terça em sua segunda legislativa em cinco meses, na qual decidirão se mantém Netanyahu no poder, apesar das denúncias de corrupção, ou se elegem o ex-comandante do Exército Benny Gantz.

Os 6,4 milhões de eleitores iniciaram a votação às 7h (1h em Brasília) e poderão fazê-lo até às 22h (16h em Brasília) nas 10.700 seções distribuídas por todo o país.

"Raros são os momentos em que os eleitores se defrontam com duas opções tão diferentes, dois caminhos, e precisam escolher qual deles seguir", disse Gantz Foto: Atef Safadi / EFE

Pesquisas divulgadas pela imprensa apontam para o Likud (direita) de Netanyahu, no poder há 10 anos ininterruptos, e a formação Kahol Lavan (Azul e Branco) de Gantz, empatados, com 32 assentos cada, de um total de 120 no Knesset, o Parlamento israelense.

Participação supera expectativas

A participação no pleito já superou as expectativas e está dois pontos porcentuais acima do registrado na votação de abril deste ano. O dia vem sendo marcado pela tranquilidade e quase sem incidentes.

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Nas quatro primeiras horas após a abertura de urnas, 26,8% dos eleitores votaram, um número que supera as últimas sete eleições no país. Não satisfeitos, os principais líderes políticos nacionais seguiram incentivando a presença popular.

Duas opções distintas

"Raros são os momentos em que os eleitores se defrontam com duas opções tão diferentes, dois caminhos, e precisam escolher qual deles seguir", disse Gantz em um artigo publicado na segunda-feira nos principais jornais do país.

"Sob meu governo, o partido Azul e Branco mudará a direção do comando do Estado israelense em direção a mais democracia. As divisões vão terminar; pelo contrário, ações rápidas serão tomadas para formar um governo de união", garantiu ele, que diz querer liderar o país "no interesse de todos os israelenses" e "não no interesse dos lobistas".

Netanyahu é acusado por seus adversários de permanecer no poder graças ao apoio conquistado dentro dos partidos ultraortodoxos e do movimento de colonização nos territórios palestinos ocupados.

Netanyahu: barrar esquerda e árabes

Nas rádios locais, Netanyahu elogiou seu progresso econômico - com o desemprego num mínimo histórico de 3,7% - e instou seus eleitores a votar em massa para impedir que "a esquerda e os árabes" assumam o poder.

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Também atacou o centrista Gantz, a quem considera "de esquerda", bem como a "lista unida" dos partidos árabes, hostis ao Likud, embora não estejam relacionados ao Azul e Branco, e que poderiam desempenhar um papel fundamental na formação - ou não - de um governo de coalizão. 

No domingo, Netanyahu cancelou seu último comício de campanha, estratégia que, de acordo com seus adversários, visaria mobilizar seus eleitores.

No domingo, Netanyahu cancelou seu último comício de campanha, estratégia que, de acordo com seus adversários, visaria mobilizar seus eleitores Foto: Heidi Levine / AP

Acusações

A eleição desta terça ocorre faltando um mês para Netanyahu comparecer perante a Justiça por "corrupção", "abuso de confiança" e "desfalque", acusações pelas quais ainda não foi indiciado. Uma vitória eleitoral poderia permitir que seus aliados votem por sua imunidade.

No domingo, o governo Netanyahu realizou seu último conselho de ministros antes das eleições no Vale do Jordão, nos territórios palestinos ocupados, e anunciou a legalização nessa área de uma colônia ilegal sob a lei israelense

O governo decidiu "transformar a colônia selvagem de Mevoot Yericho, localizada no Vale do Jordão, em oficial", anunciou o gabinete do primeiro-ministro. Essa colônia, onde vivem cerca de 30 famílias, permanece ilegal aos olhos da comunidade internacional, como são todas as colônias nos territórios palestinos.

Os 6,4 milhões de eleitores iniciaram a votação às 7h (1h em Brasília) e poderão fazê-lo até às 22h (16h em Brasília) nas 10.700 seções distribuídas por todo o país Foto: Mahmoud Illean / AP

Netanyahu prometeu na semana passada, caso vença as eleições, anexar todas as colônias judaicas no Vale do Jordão, um território estratégico que representa aproximadamente 30% da Cisjordânia ocupada. 

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O anúncio foi duramente criticado pelas autoridades palestinas, que acreditam que, se for realizado, equivale à morte do processo de paz. / AFP e EFE

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