PUBLICIDADE

Netanyahu elogia promessa de militares egípcios de respeitar acordo de paz

Premiê israelense disse que tratado de paz entre os dois países é fundamental para estabilidade na região.

Por Guila Flint
Atualização:

Netanyahu disse que acordo com Egito é crucial para a paz na região O primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, elogiou neste sábado a garantia anunciada pelo comando militar do Egito de que irá respeitar todos os tratados internacionais, incluindo o acordo de paz assinado entre os dois países em 1979. A declaração oficial do governo israelense foi feita mais de 24 horas depois da renúncia do presidente egípcio, Hosni Mubarak, justamente após o anúncio dos militares. Netanyahu afirmou que "o acordo de paz que vigora há muitos anos entre Israel e o Egito contribuiu muito para ambos os países e constitui a pedra fundamental para a paz e a estabilidade em todo o Oriente Médio". Logo após a renúncia de Mubarak, na sexta feira, o premiê havia proibido todos os ministros de seu gabinete de se pronunciar em relação à reviravolta do regime no Egito. No entanto, fontes oficiais israelenses já vinham anunciando, sob condição de anonimato, que Israel esperava que a transição do poder no Egito transcorresse pacificamente e que o acordo de paz entre os países fosse mantido. Segundo o maior site de noticias de Israel, o Ynet, que pertence ao jornal Yediot Ahronot, o anúncio do comando militar egipcio serviu para "acalmar" os governantes em Israel. Sem interferência Neste sabado o chanceler Avigdor Lieberman reuniu a direção do ministério para discutir os ultimos desdobramentos e declarou que Israel "não interfere nos assuntos internos do Egito e apenas tem interesse em que a estabilidade na região seja preservada e que o acordo de paz seja respeitado". A queda de Mubarak desperta incerteza e preocupação em Israel. Desde o inicio dos protestos, em 25 de janeiro, Netanyahu vinha alertando para o risco de o país " se transformar em um Irã". A possibilidade da ascenção ao poder da Irmandade Muçulmana, maior grupo opositor do país, também preocupa os governantes e vários analistas israelenses, principalmente pela importância do Egito no mundo árabe e pela força de seu Exército. Analistas militares já advertiram que com as mudanças no Egito a tranquilidade na fronteira sul de Israel poderá ser rompida e que será necessário aumentar os orçamentos do Exército e o prolongar o tempo de serviço dos reservistas. O ex-ministro Binyamin Ben Eliezer, que tem laços pessoais próximos com Mubarak, lamentou a queda do ex-presidente egipcio. "O Oriente Médio perdeu um lider que manteve a estabilidade na região", afirmou Ben Eliezer e acrescentou que está preocupado com o futuro das relações entre os dois países. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.