30 de agosto de 2010 | 10h36
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que nunca disse ao governo dos Estados Unidos que iria renovar o congelamento nas construções de assentamentos israelenses nas áreas reivindicadas por palestinos, após a retomada do diálogo pela paz no Oriente Médio, segundo o jornal Haaretz.
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"Nós não apresentamos qualquer proposta aos americanos a ponto de um congelamento. O governo não tomou qualquer decisão sobre o tema", disse Netanyahu, segundo um funcionário, que não quis se identificar. A fonte contou que o premiê disse essas palavras durante um encontro com seu partido, o Likud, no domingo.
Sob pressão dos EUA, o governo de Israel impôs em novembro uma moratória parcial, de dez meses, para novas construções na Cisjordânia, com a exceção de Jerusalém Oriental. Os palestinos insistem que a medida deve ser ampliada para depois de 26 de setembro, seu prazo inicial. Já o governo israelense sofre pressão da direita do país pela retomada das obras. Os palestinos querem a Cisjordânia e Jerusalém Oriental como territórios de seu futuro Estado independente.
"Nós já dissemos que o futuro dos assentamentos será avaliado com outras questões em discussão em um acordo final", afirmou Netanyahu segundo o funcionário.
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisadas há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até agora.
A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos.
Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia. O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.
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