Nicarágua condena opositores por terrorismo

Além da acusação de terrorismo, os nove foram considerados culpados por porte de armas de fogo e munição

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MANÁGUA - Nove nicaraguenses que protestaram contra o governo do presidente Daniel Ortega foram condenados nesta quarta-feira, 3, por terrorismo. A decisão, anunciada pela juíza Adela Cardoza, ocorre em meio à crise política que o país vive desde abril.

Além da acusação de terrorismo, os nove foram considerados culpados por porte de armas de fogo e munição. Todos são do município de Tipitapa, 25 quilômetros ao norte de Manágua. 

Ortega fala a seus partidários ao lado da mulher e vice-presidente, Rosario Murillo. Foto: AP Photo/Alfredo Zuniga

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A juíza determinou que os nove opositores também são culpados de bloquear ruas durante os protestos, de impedir a livre circulação, cobrar pedágio e ameaçar matar os que não atendiam sua exigências. Adela declarou culpados Wilmer Martínez, líder do grupo, assim como Ervin Zamora, Daniel Sánchez, Júnior Sánchez, Juan Carlos Bermúdez, José García, Wilfredo Orozco, Mauricio Paniagua e Yudielka Flores.

Guillermo Ruiz, Yader Cantón e Francisco López foram declarados inocentes porque o Ministério Público não conseguiu comprovar sua participação nas manifestações, segundo a juíza. O Ministério Público pediu uma pena de 24 anos de prisão para os condenados, enquanto o advogado dos opositores havia pedido 15 anos.

A Nicarágua vive uma crise que começou com uma tentativa de Ortega de impor uma reforma da previdência. A reação violenta acabou obrigando o presidente a recuar, mas os protestos se espalharam e passaram a exigir a queda do governo. Em seis meses, entre 322 e 512 pessoas morreram, segundo organismos de direitos humanos. O governo reconhece apenas 199 mortes. 

A ONU responsabilizou Ortega por “mais de 300 mortes’, assim como execuções extrajudiciais, torturas, detenções arbitrárias, sequestros e violência sexual. Há 11 anos no poder, Ortega nega as acusações e diz que se trata de uma tentativa de golpe. / EFE

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