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Nicarágua expulsa missões da OEA que investigavam protestos violentos no país

Para governo, elas não cumpriram seus objetivos; Comissão Interamericana de Direitos Humanos diz que continuará operando a partir dos EUA

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Por Redação
Atualização:

MANÁGUA - A Nicarágua expulsou nesta quarta-feira, 19, duas missões da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que investigavam protestos contra o governo, os quais se tornaram violentos ao longo do ano, segundo o grupo.

Nicaraguenses protestam contra o presidente Daniel Ortega Foto: Inti Ocon / AFP

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Em uma carta à Organização dos Estados Americanos (OEA), que supervisiona os grupos, o governo nicaraguense disse que as missões foram suspensas por não cumprirem seus objetivos. Manágua não respondeu de imediato a pedido de comentário.

A CIDH disse em comunicado que seu Mecanismo de Monitoramento Especial para a Nicarágua (Meseni) continuará operando a partir dos Estados Unidos. “A CIDH reitera que a situação na Nicarágua continuará a ser uma prioridade e reafirma seu compromisso com as vítimas de violações de direitos humanos."

A Nicarágua sofre uma de suas piores crises políticas desde que o presidente Daniel Ortega voltou ao poder em 2007. Desde abril, milhares foram às ruas exigir a renúncia do líder. A oposição acusa o político de esquerda de tentar consolidar uma dinastia familiar autoritária com sua mulher, Rosario Murillo, escolhida por ele como vice-presidente.

Ao menos 322 pessoas morreram e mais de 500 foram presas ao longo de oito meses de manifestações antigoverno, segundo organizações de direitos humanos. A coordenadora do Meseni, Ana Maria Tello, disse que o Ministério das Relações Exteriores instruiu os grupos a deixarem o país imediatamente.

A suspensão das missões foi anunciada um dia antes da apresentação de um relatório final sobre os episódios de violência transcorridos entre os dias 18 de abril e 30 de maio. Em outubro, um dos grupos da OEA criticou a incapacidade do procurador-geral da Nicarágua de encontrar os responsáveis pela morte de manifestantes. / REUTERS

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