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No Egito, papa pede que religiões rejeitem violência cometida em nome de Deus

Francisco participa de conferência na Universidade de Al-Azhar - referência em teologia islâmica sunita - e pede respeito aos direitos humanos

Atualização:

CAIRO - O papa Francisco pediu nesta sexta-feira, 28, em discurso feito a líderes muçulmanos reunidos no Cairo que rejeitem toda violência cometida em nome de Deus. O pontífice, que com a viagem tenta estreitar relações entre o Catolicismo e o Islã,e alertou contra a instrumentalização da religião por parte do poder.

"Vamos repetir um 'não' forte e claro a qualquer forma de violência, vingança e ódio cometidos em nome da religião ou em nome de Deus", disse Francisco na Conferência Internacional de Paz, que termina hoje na capital egípcia.

Desde sua eleição em 2013, Francisco multiplicou os gestos em favor do diálogo com os muçulmanos Foto: Ettore Ferrari/EFE

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O papa também advertiu nesse fórum organizado pela Universidade de al-Azhar, instituição de referência para os muçulmanos sunitas, que os responsáveis religiosos precisam desmascarar a violência que se disfarça de suposta sacralidade. "A violência, de fato, é a negação de toda religiosidade autêntica."

Francisco defendeu que os religiosos muçulmanos denunciem violações contra a dignidade humana e contra os direitos humanos. O papa também disse que tentativas de justificar qualquer forma de ódio em nome da religião deve ser condenada.

"Só a paz é santa e não é possível cometer nenhuma violência em nome de Deus porque profanaria seu nome", acrescentou o papa, na presença do imã Universidade de al-Azhar, Ahmad Al Tayeb.

Passados 20 dias dos ataques contra a comunidade cristã copta no norte do Egito, que causaram 46 mortes e que foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), o papa repetiu seu apelo contra o comércio de armas. Disse que para prevenir os conflitos e construir a paz é preciso eliminar as situações de pobreza e exploração. / EFE

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