No Haiti, CEP admite o caso das urnas eleitorais no lixo

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do Haiti, Max Mathurin, confirmou nesta quarta-feira que milhares de votos emitidos nas eleições do último dia 7 foram achados em suas urnas entre montes de lixo. "Isso pode desacreditar as eleições", afirmou Mathurin, anunciando que se iniciou uma investigação sobre o caso. Em declarações à imprensa local, o presidente do CEP lembrou que "todo o aspecto logístico" do pleito estava a cargo da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). As urnas em que foram depositados os votos no dia 7 deveriam ser conservadas intactas até o final do processo para o caso de algum partido ou candidato apresentar uma reivindicação que exigisse uma nova apuração dos votos, confirmou Mathurin. Na noite desta terça-feira, um canal de televisão local exibiu imagens de urnas com milhares de votos escondidos entre montes de lixo. O canal Telmax começou a exibir as imagens sem som nem comentário algum. Posteriormente, transmitiu o testemunho de pessoas que disseram ter visto como as urnas eram jogadas no lixo no mesmo dia do pleito. O porta-voz da Minustah, David Wimhurst, admitiu em declarações à EFE, após a difusão das imagens, que no dia das eleições houve extravio de muitas urnas em pelo menos nove centros de votação. Segundo Wimhurst, houve distúrbios violentos em tais centros de votação que impediram a Minustah de controlar a segurança. O secretário-geral do CEP, Roseond Pradel, também admitiu à EFE que houve perda de "algumas atas de votação", que nunca chegaram ao centro de contagem oficial de votos.

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