No Iraque, ao menos 14 iraquianos e 3 americanos mortos

Nouri al-Maliki, primeiro ministro iraquiano, proibiu a exibição de imagens que mostram a violência no país, segundo informações do Ministério do Interior

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ao menos 14 iraquianos foram mortos nesta quinta-feira em diferentes bombardeios e tiroteios no Iraque. Os últimos acontecimentos no país são parte da violência sectária e política, segundo oficiais. Três soldados americanos também foram mortos. Três carros bomba explodiram em Bagdá em áreas distintas, deixando ao menos quatro civis mortos e ferindo 18 pessoas, incluindo sete policiais. Quatro trabalhadores foram atingidos por uma bomba escondida em um lixo, segundo policiais locais. As mortes aconteceram depois que autoridades americanas afirmaram que havia um progresso na segurança da capital iraquiana. Quatro policiais ficaram feridos quando um carro bomba explodiu no bairro de Zeyounda, também em Bagdá. Três soldados iraquianos foram mortos quando o veículo em que estavam foi atacado por uma bomba, em Buhriz, a 60 quilômetros do centro de Bagdá, afirmou o comandante Salman al-Talabani. Em Baqouba, 60 quilômetros ao nordeste de Bagdá, uma bomba que estava dentro de uma minivan explodiu deixando três policiais mortos e ferindo o motorista do veículo, segundo oficiais locais, que afirmaram que policiais aproximaram-se do veículo por haver uma suspeita de o corpo de uma vítima estar dentro da minivan. No sul de Baqouba, em Jirf al-Melih, uma bomba vinda da estrada atingiu uma patrulha policial, matando um oficial e ferindo quatro policiais. No distrito de Azamiya, um policial foi morto e um ficou ferido quando um homem armado abriu fogo contra uma patrulha, segundo o policial Ahmed Mohammed Ali. Uma bomba explodiu à margem de uma estrada próximo a uma mesquita no norte de Bagdá, no bairro de Suleikh. A intenção era atingir uma patrulha policial, mas dois civis, um homem e uma mulher ficaram feridos, segundo o oficial Ihab Zakariya. No norte do Iraque, dois civis foram mortos a tiros a leste de Mosul, cidade a 360 quilômetros de Bagdá, segundo o policial Saied Ahmed Abdullah. No bairro de Mashtal, região leste da cidade, um suposto suicida em um carro bomba matou ao menos duas pessoas e deixou nove feridas, segundo policiais. Uma bomba dentro de um carro que estava estacionado explodiu nas redondezas de Azamiyah, matando dois civis e ferindo quatro, afirmou o policial Thair Mahmod. Nesta quinta-feira, dois soldados foram mortos, um deles durante uma explosão no sul de Bagdá e outro depois que um grupo armado atirou contra sua patrulha, na capital. Na quarta-feira, outro soldado americano morreu em um conflito ao sul de Bagdá durante a tentativa de capturar "terroristas estrangeiros", segundo um comandante americano. "Dois terroristas foram mortos durante o confronto", segundo ele. "A operação tinha o objetivo de livrar o Iraque de terroristas estrangeiros que estão atuando na região", afirmou o comandante em um pronunciamento. As identidades dos soldados mortos não foram anunciadas, mas os familiares foram comunicados das perdas. Aumento da violência Depois da explosão de uma bomba em uma mesquita xiita em Samarra - norte de Bagdá -, no dia 22 de fevereiro deste ano, a violência política e sectária cresceu por todo o país, aumentando o temor de uma guerra civil. O derramamento de sangue matou 3.500 pessoas apenas no último mês, fazendo de julho o mais violento desde a invasão norte-americana, em março de 2003. Desde então, insurgentes sunitas vêm atacando tropas americanas e iraquianas, principalmente em áreas próximas a Bagdá. Porém autoridades da coalizão afirmaram que uma nova operação de segurança para deter a violência na capital está dando resultados. Aproximadamente 12 mil soldados foram deslocados para Bagdá como parte do esforço. "Acredito que recentemente tivemos bons progressos na segurança em Bagdá", afirmou o general John Abizaid, comandante norte-americano no Oriente Médio, depois de um encontro com o presidente iraquiano Jalal Talabani. Em uma coluna publicada no Wall Street Journal, nesta quarta-feira, o embaixador americano no Iraque, Zalmay Khalilzad afirmou que "a Batalha de Bagdá vai determinar o futuro do Iraque, que por sua vez vai determinar o futuro de uma importante e vital região mundial". Policiais prenderam um suspeito de ser líder de um grupo insurgente, em Mosul, a 360 quilômetros ao nordeste de Bagdá, segundo o policial Saaid al-Jubouri. Autoridades identificaram o suspeito como Abdul Rahman Ali Abdul, também conhecido como Abu Hajir, suspeito de ser o líder das Mujahedeen Army. O grupo assumiu ataques no país, incluindo o de abril de 2005, quando um helicóptero com 11 civis, incluindo seis americanos, foi derrubado. Enquanto isso, autoridades americanas e iraquianas informaram que 55 pessoas que estavam detidas foram libertadas em Bagdá. A atitude faz parte de uma tentativa de reconciliação do Primeiro Ministro Nouri al-Maliki. Os homens foram detidos depois de pronunciarem slogans a favor do clérigo xiita Muqtada al-Sadr, em uma estação de ônibus em Bagdá.

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