
26 de setembro de 2010 | 23h19
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu a seus partidários por meio de sua conta no Twitter que respeite o resultado das eleições legislativas no país, que devem ser divulgados nas próximas horas.
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"Bem, estamos aqui esperando. Peço a todos que nos preparemos para receber e aceitar os resultados. Foi outra grande jornada", escreveu o presidente.
Após o fechamento dos colégios eleitorais, Chávez disse que iria receber partidários no palácio de Miraflores. O presidente, no entanto, alertou para que esperem a consolidação dos dados.
"Me falaram que o povo vem a Miraflores. Os espero aqui. Mas cuidado com a consolidação! Que ninguém baixe a guarda", disse.
Alto comparecimento
As eleições legislativas na Venezuela tiveram um alto comparecimento, informou neste domingo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). As urnas foram fechadas às 19h30 (horário de Brasília), mas distritos que ainda tiverem filas permanecerão abertos.
De acordo com a vice-presidente do CNE, Sandra Oblitas, todas as denúncias de irregularidades reportadas ao órgão foram resolvidas e não houve incidentes violentos. O balanço geral, segundo ela, é positiva.
"O processo eleitoral transcorreu com alegria, tranquilidade, calma, paz e uma participação muito alta", disse.
Cerca de 17,5 milhões de venezuelanos estiveram aptos a votar nessas eleições. Eles elegerão os novos 165 deputados da Assembleia Nacional. Nas últimas eleições, os antichavistas boicotaram a votação, o que deu ao presidente o controle do Legislativo.
Mudança nas regras
Com a economia e a segurança pública em crise, e unificados sob o partido Mesa da Unidade Democrática, os antichavistas esperam fazer um bom número no Parlamento para impedir que o presidente siga com maioria no Legislativo.
Em janeiro, no entanto, o Conselho Nacional Eleitoral aprovou uma redistribuição de distritos eleitorais que pode favorecer o Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV), fundado pelo presidente.
Para manter sua base de apoio, o chavismo manipulou o desenho dos distritos de modo que lhe favoreça - ainda que, globalmente, receba um número menor de votos. Distritos dominados pelo governo foram divididos.
Ao mesmo tempo, circunscrições onde a oposição tinha pequena vantagem foram unificadas com regiões vizinhas chavistas. E distritos com maioria de votos opositores foram realinhados para reduzir o número de eleitos - numa região que elegeria dois opositores, apenas um vencerá. A justificativa para as mudanças é aproximar o eleitor de seu domicílio eleitoral.
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Com Efe e Reuters
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